Depois de ser preterido por Meirelles, Serra perde disputa com Jereissati

Senadores José Serra e Tasso Jereissati. Foto Orlando Brito

Diferente do clássico de Gilberto Gil, entre os tucanos o rei da confusão é José… Serra. Desde o ano passado, ele não tinha a menor dúvida de que, em um eventual governo Michel Temer, seria o ministro da  Fazenda. Nos últimos meses,  Serra exigiu um ritmo frenético de sua equipe para por de pé um plano econômico, com medidas de curto, médio e longo prazos. Em frequentes conversas, explicava a Temer o que pretendia fazer e era estimulado a aprofundar o trabalho.

Serra foi abatido pelo grande empresariado, inclusive o da Indústria, que comunicou a Michel Temer a preferência por Henrique Meirelles. Serra não se conformou. Aceitou ser deslocado para o Itamaraty com a promessa de que levaria  o braço comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento. Mais uma vez, a indústria chiou. O desenho do Itamaraty voltou ao modelo tradicional.

José Serra, então, resolveu se candidatar a ministro do Desenvolvimento. No Palácio do Jaburu, a convicção é de que não dá para juntar Meirelles e Serra em uma mesma equipe econômica. Também não há volta na decisão de que o comando da economia é de Meirelles. Buscou-se, então, uma alternativa.

Michel Temer se convenceu de que, mais adequado que Serra, seria a indicação do senador Tasso Jereissati para o Ministério do Desenvolvimento. Até porque não desagrada Meirelles. O senador Aécio Neves, presidente  do partido, foi consultado e gostou da ideia. Ele conversou com outros dirigentes tucanos, que também a aprovaram. Jereissati disse que, se convidado, topa. Serra tomou um susto ao saber que, pela segunda vez na montagem do governo Temer,  foi deslocado depois de encontrar um cargo em que imagina poder exibir toda a sua aptidão em gestão econômica.

Além de ser minoria no PSDB, os tucanos dizem que Serra arranja confusão até em situações que não deveria meter o bico. No acordo com o partido, Temer prometeu o disputadíssimo Ministério das Cidades, um filé em ano eleitoral, e o escolhido foi o deputado Bruno Araújo (PE). A bancada tucana na Câmara ficou satisfeita, mas virou uma arara ao constatar que José Serra estaria dando apoio à pretensão de seu ex-parceiro Gilberto Kassab, do PSD,  de reconquistar o Ministério das Cidades.

 

 

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