A ameaça dos males da pandemia do Coronavírus foi além das cidades e centros urbanos de mundo afora e de Brasil adentro. Chegou também às terras indígenas brasileiras, por exemplo ao Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso.
Como prevenção à Covid-19, os caciques das aldeias do Xingu suspenderam, no dia 20 do mês de março, as aulas escolares para crianças, adolescentes, mulheres e adultos. Foi assim com as tribos Kamayurá, Yawlapiti, Kuikuro, Matipu, Aweti, Kalapalo, Krain-a-Kore e Waurá etc.
Nessa semana, após cuidadosa avaliação para o não contágio dos alunos, o chefe Yapatsiyama Waurá, da aldeia Piyulaga resolveu devolver aos alunos as aulas dos cursos de alfabetização em Português, além de História, Matemática, Ciências, Geografia, Cultura Geral. E ainda sobre higiene e o próprio idioma.
Por enquanto, as aulas não são para os 164 alunos juntos. E sim restritas para cada família, proferidas por 12 professoras e professores indígenas e uma branca. São, na verdade, 122 crianças, 28 homens e 14 moças. Sempre observadas pelo diretor da escola, Daikir Waurá.
Evidentemente, todos os cuidados com a saúde recomendados pelos sanitaristas foram seguidos à risca. Tanto os professores e professoras, assim como alunos e alunas participam das aulas na escola em uma oca da aldeia protegidos por máscaras, álcool em gel e guardando distância de segurança.
O retorno das aulas à aldeia Piyulaga acontece dias depois de várias áreas do Parque do Xingu serem atingidas por queimadas. Porém, as chuvas que caíram sobre a região nos últimos dias amenizou os efeitos do fogo e devolveu às crianças a alegria de brincar no pátio da aldeia.
As fotos desse ensaio são de autoria do índio Yanahin Waurá.