A escola sem partido foi uma das bandeiras apresentadas por Bolsonaro durante a campanha presidencial. O eleitor que votou nele, sabia exatamente disso. Até aí, tudo certo.
Mas diante da mensagem encaminhada pelo ministro da Educação, Ricardo Veléz Rodriguez, obrigando as escolas brasileiras a filmar alunos cantando o hino nacional e lendo mensagem política do governo, que repete slogan de campanha de Bolsonaro, a tese da escola sem partido quase caiu por terra.
Os eleitores mais apaixonados de Bolsonaro, assim como os petistas do passado, saíram em defesa do governo sem qualquer reflexão crítica. Alguns, inclusive, entraram em cena para ironizar os críticos à ordem unida do MEC.
“Cantar o hino nacional em escolas não pode! E fumar maconha e bater em professor pode?”, provocaram alguns defensores do governo Bolsonaro.
A questão não é cantar ou deixar de cantar o hino nacional em escolas, mas permitir que o slogan da campanha presidencial do PSL, partido do presidente Bolsonaro, seja defendido e repetido nas escolas.
Quase 24 horas depois da ordem dada, o ministro da Educação percebeu o erro e retirou o slogan de campanha do texto encaminhado as escolas.
Ou a escola sem partido vale para todas ideologias ou não vale para nenhuma. Sem essa igualdade de tratamento, o MEC corre o risco de perder o discurso e a bandeira de campanha.