Collor versus Dilma: “Destino embaralha cartas e nós jogamos”

Pouca gente deu atenção. O plenário do Senado estava praticamente vazio, quando o ex-presidente Fernando Collor de Mello subiu à tribuna nesta segunda-feira à noite para falar do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Collor disse não guardar mágoa e não quis explicitar qual será seu veredito quando do julgamento da presidente em plenário.

Mas se os assessores de Dilma a enviaremo vídeo com a íntegra do discurso, a presidente certamente ficará desconfiada.

Fernando Collor lembrou que o PT protagonizou seu impeachment para depois citar Schopenhauer — “O destino embaralha as cartas e nós jogamos” — e Machado de Assis (“A verdade sai do poço sem indagar quem se acha à borda”).

A seguir, elogiou seu governo e desfiou uma série de críticas à atual administração. Lembrou ter falado “raríssimas vezes” com a presidente Dilma Rousseff, a quem alertou, assim como aos seus ministros, dos erros no relacionamento com o Congresso.

Segundo Fernando Collor de Mello, “o tempo e o presente quadro de degradação do país me deram razão”: “aliou-se a insensibilidade política à fragilidade de uma matriz econômica descabida e insustentável”.

Disse o ex-presidente que “o resultado de poucos anos de má gestão é toda uma década perdida”; “levaremos tempo para resgatar tudo de positivo que foi alcançado pelo país”; “talvez uma geração inteira para nos recuperar deste certeiro golpe na população brasileira”.

Enfim, até agora Collor vinha sendo considerado como integrante da base parlamentar do governo, mas depois desse discurso deve ter deixado o Palácio do Planalto de orelha em pé.

Os Divergentes recortou 5 minutos do longo discurso. Assista.

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