Tendências em Educação e Trabalho. Os empregos vão acabar?

Todos estão falando nas mudanças que estão chegando e muitas delas provocadas pela própria pandemia.

Mas na maioria das vezes, percebe-se um certo medo ou insegurança, em relação aos empregos, quando pelo contrário, penso que vivemos uma grande oportunidade.
Quais foram os efeitos disruptivos (e “benéficos”) da pandemia na economia? O principal deles foi o TELETUDO. Tele trabalho, tele educação, tele saúde, tele justiça, tele congresso…, muitos desses impensáveis apenas 3 anos atrás. Reuniões online dos ministros do STF; Reuniões de CPI à distância; Consultas médicas que eram proibidas (!); Programa de renda mínima improvisado….

Deu pra perceber a oportunidade? Vamos pensar em uma lista de áreas de trabalho/ aplicação, na coluna da esquerda e cruzar essas áreas com pelo menos 10 tipos de tecnologias, na coluna da direita, como no quadro abaixo.

 

ÁREAS DE APLICAÇÃO X TECNOLOGIAS
1 Saúde IOT 1
2 Educação
3 Governo DRONES 2
4 Energia
5 Agronegócios Realid. Virtual/R. Aument. 3
6 Gestão/Governança
7 Turismo/Viagens BI/ANALITICS 4
8 Cultura
9 Segurança Intel. Artif/Mach. Learning 5
10 Transportes/Logistica
11 Smart Cities BlockChain 6
12 Finanças
13 Meio Ambiente/Clima Impress 3D 7
14 Compliance
15 Construção/Engenharia Cyber Security 8
16 Jurídico/Direito
17 Esporte Robotização/ automação 9
18 Comercio
19 Alimentação Cripto Moedas 10
20 Comunidades/Filantropia

 

Nessa combinação acima, que não se esgota, temos 200 novas possibilidades de cruzamento de áreas x tecnologias e que certamente vão gerar milhões de novos empregos e trabalhos!

Complete a sua própria lista. Inclua novas áreas e tecnologias. Lembre também do 5G, da web 3.0, do metaverso e das nanotecnologias.

Mas não dá pra aproveitar essas oportunidades sem educação, formação, qualificação. Então nossa prioridade total deve ser o que aprender, como aprender, como aprender mais rápido, como aprender fora da escola, como aprender ao longo de toda a vida?
Quando pensamos em educação pensamos em escolas e em salas de aula, mas de todos 210 milhões de brasileiros, menos de 60 milhões estão em salas de aula.

Os outros ainda não entraram ou já saíram. Muitos não finalizaram os estudos ou largaram no meio e ninguém fala neles. São mais de 80 milhões aqueles que abandonaram os estudos no meio do caminho. A evasão no ensino superior é maior que a dois milhões de alunos por ano. No ensino médio, em torno de um milhão.

A tecnologia como forma de inclusão social e incentivador de ações solidárias. Esse foi o mote trabalhado ao longo de toda manhã de quinta-feira (20/06), por alunos e professores de uma escola particular de Taguatinga, dentro do Palco Makerspace, na Campus Party. Fotos: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília.

Esses alunos nunca retornarão para uma sala de aula convencional, então precisamos rápido de outras formas de aprendizagem. O estudo à distância está ai mesmo provando que funciona e podemos pensar agora na formação de milhões de pessoas de forma online, naquelas mais de duzentos cruzamentos do quadro acima. Quantas oportunidades de trabalho e empreendimentos podem e serão gerados?
O desafio está colocado:

O país precisa de mais qualificação, mais escolaridade, mais empregos e trabalhos, mais mão-de-obra, mais renda, mais inteligência, mais e maiores empresas, mais empreendedores. E muito mais Conectividade!

A Tecnologia viabilizou o aprendizado: anytime, anyplace, ritmo próprio, personal, social, baixos custos, qualquer mídia, lifelong, permanente.

Os Métodos convencionais vão demandar 30 anos para atingirmos o estágio atual dos países desenvolvidos. Dá pra esperar?

No próximo artigo vou abordar os dois ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU para 2030 que tratam de Educação e Trabalho, as Tecnologias Educacionais que poderão ser úteis e também vamos saber o que é Heutagogia e Metacognição. E não podemos esquecer dos aspectos legais, tributários e trabalhistas que vamos ter que enfrentar.

Paulo Milet é consultor em gestão, Inovação e EaD, Presidente do Conselho de Educação da ACRJ, e VP do Conselho de Inovação. Formado em Matemática pela UnB, com pós em Administração Pública pela FGV e Founder da ESCHOLA.COM.

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