Quem imaginaria que seguidores do presidente derrotado teriam coragem de organizar e tentar pôr em prática um plano para promover ataques generalizados contra a democracia após o resultado nas eleições? Certamente todos os brasileiros que tiveram a infelicidade de acompanhar o desgoverno que acaba este ano e que não compactuam com as loucuras dos bolsonaristas inconformados.
Os caminhoneiros, na verdade os donos de grandes transportadoras, voltaram ao ataque e tentam, mais uma vez, parar o país bloqueando as estradas. Contando com a cumplicidade da direção da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os motoristas, a mando dos patrões, tentam criar o caos no Brasil para literalmente “fraudar” as eleições simplesmente por não aceitar a derrota do “mito”.
Ao longo do mandato, o presidente derrotado sempre estimulou ataques à democracia e esse tipo de comportamento que temos visto nas últimas semanas por parte dos seus seguidores.
As estratégias utilizadas foram inúmeras. Começou com a liberação do uso de armas, a agressão ao Judiciário, a desconfiança nas urnas eletrônicas, os ataques à imprensa, além, claro, do desprezo com a vida da população durante a pandemia da covid-19.
Agora, consumada sua derrota, calou a boca, se recolheu em seu “palácio” para não enfrentar o povo brasileiro. Apesar desse “sumiço”, Bolsonaro deixou seus seguidores, inconformados com o resultado das urnas, tentar sua última cartada, buscando anular a eleição colocando em dúvida a lisura das urnas e pedindo intervenção militar. Coisa de maluco!
Quando o TSE anunciou a eleição do Lula, vários caminhões trancaram as estradas, provocando imenso prejuízo à economia nacional como forma de pressionar as instituições a não aceitarem o resultado das urnas, puro golpismo. Foram retirados por ordem do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes. Agora, vendo que os acampamentos não estão dando certo, voltam a pressionar com novos bloqueios.
As derrotas, em qualquer atividade, ainda mais na política, são normais. Mas o presidente, talvez por se considerar um personagem fora do comum, demonstra uma contrariedade anormal com a decisão das urnas. Assim, mesmo calado, tem estimulado as manifestações golpistas dos fanáticos acampados em frente aos quarteis.
As equipes de golpistas do presidente derrotado desonraram a pátria pregando a violência e o desrespeito à civilidade. A fama de golpista se confirmou com os bloqueios nas estradas após o resultado da eleição e as manifestações em frente aos quarteis pedindo intervenção militar.
É bom lembrar que na comemoração do bicentenário da Independência já tínhamos visto um ensaio do golpismo dos bolsonaristas, quando soldados foram levados para dar um show em Copacabana. Essas simulações de golpezinhos não surpreenderam.
Agora, os bolsonaristas radicais se postam em frente às principais guarnições de comando de quartéis do Exército em São Paulo, Rio e Brasília, pedindo outra ditadura em nosso país. Pior, portando a bandeira brasileira nessas manifestações, como se esta fosse um símbolo do fascismo defendido por eles e não um símbolo de todos os brasileiros, absurdo inimaginável.
Neste domingo, querem mostrar força, e estão convocando, por meio de vídeos circulando pelos zaps, que todos os apoiadores do presidente derrotado vão aos acampamentos para uma vigília em frente aos quarteis.
Já que a maioria dos manifestantes se diz religiosa, deveriam prestar atenção aos inúmeros recados do céu para desistir dessa maluquice e voltar pra casa. Em Brasília nunca se viu tantas tempestades como estão acontecendo este mês de novembro. Muitos acampamentos foram destruídos por causa dos temporais, mas os fanáticos não se rendem.
Até a pacata, linda e alegre Bahia foi tomada por golpistas que pedem a implantação de ditadura de cunho fascista. Algo que jamais acontecerá de novo em nosso belo e afetuoso Brasil. Esses golpistas profanam as 365 igrejas da Bahia, terra sagrada de Gal, Caetano, Betânia e Gil, tendo João Gilberto como patrono. Todos eles se empenharam na luta pela redemocratização. Da Boa Terra, os hitlerzinhos do ex-presidente serão expulsos na base da pimenta e da capoeira.
– José Fonseca Filho é jornalista