Lá vem eleição. Resta saber se chega

Tem gente falando em golpe. Um deles é o próprio Presidente da República, o personagem mais curioso e intrigante que já assumiu esse cargo. Gostou tanto que meteu na cabeça a ideia de repetir a dose, pela qual vem se empenhando desde o início do mandato. Mas chega lá, imagina ele. Na verdade existem muitos candidatos, de todos os tipos, e até uma mulher, a mais merecedora do cargo, por suas qualidades.

O presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputam voto a voto o direito de governar o Brasil entre 2023 e 2026

A disputa verdadeira será entre Bolsonaro e Lula, ambos já muito manjados pelos eleitores brasileiros. Dos quais, como sempre, cerca de 40% vão votar no popular candidato Dr. Ninguém, que realmente nunca fez mal aos brasileiros. O Lula até abusou de ser presidente. Ficou duas vezes no cargo e colocou a cupincha Dilma por mais duas. Um abuso. A Dilma surpreendeu pelo palavreado chulo na intimidade palaciana. Uma não-dama.

Os demais candidatos estão patinando abaixo dos 10 % ou até 5 % da preferência popular, o que significa não existir um grupo consistente de apoio a eles. Alguns despreparados estão desempenhando seu papel na base do palpite e de mensagens simplórias. Procuram um sistema em que os ricos sejam obrigados a pagar altos impostos enquanto os pobres pagariam muito menos. Uma tese fantasiosa de imposto púnico.

Dória, o candidato dos tucanos – Foto Orlando Brito

Há outro candidato mais instruído, mais bem penteado e mais bem vestido que gravou um chavão que acha fantástico, capaz de resolver tudo: dinheiro no bolso, emprego, e comida na mesa. Esqueceu nada não? Um pouquinho de saúde, de educação, de transporte, não faria bem aos pobres? O almofadinha é o João Dólar, que foi fazer uns dias de campanha em New York. Conseguiu o apoio de dois vendedores de hot dogs no Rockfeller Center. Ficou tão emocionado que esqueceu de pagar.

O Lula está desde o início da campanha em primeiro lugar, com folga, nas pesquisas eleitorais. Metade da população brasileira acha que ele é corrupto, a outra metade diz que não é. Para esses, o Lula já está eleito, poderia até descansar no tríplex até acabar a apuração.

Foi inocentado por todos os tribunais de Justiça do Brasil, até o Supremo. Acusado de ser super bandido acabou virando super santinho. A ONU, inclusive, divulgou ao mundo nota oficial exaltando a correção de Lula e sua inocência diante de todos os crimes de que fora acusado. Até agora só quem não divulgou um comunicado desses foi o Papa Francisco.

O general Ernesto Geisel – Foto Orlando Brito

O segundo mais bem cotado para vencer a eleição, segundo as pesquisas, tem apoio militar embora tenha sido expulso do Exército. O ex-presidente e general Geisel disse que ele era “um mau militar”. Se os militares não o apoiarem maciçamente não irão prejudicá-lo porque ele tem apoio declarado dos evangélicos, aos quais também já fez muitas gentilezas. Até verba para comprar Bíblias e construir algumas capelinhas por aí os evangélicos conseguiram do Bolsonaro.

Bolsonaro ficou famoso por não acreditar em avião a jato, forno micro ondas e urna eletrônica de votação, achando que tudo isso é invenção de pilantras para prejudicar sua eleição. Ele quer comprar ainda um Constellation para a FAB e um saveiro baiano para a Marinha. Só quem acredita nessas ideias do presidente é ele próprio, que não se sente constrangido em divulgá-las.

Candidato a presidência pelo PDT, Ciro Gomes. Foto Orlando Brito

Há ainda o zangado Ciro Gomes, pobre na pesquisa e cujo covid pode ser uma boa desculpa para um resultado eleitoral negativo. É dos mais convencidos entre todos: ele sabe de tudo e não tem medo de nada. Só não sabe porquê disputar um cargo pela quarta vez, especialmente não sendo boas suas perspectivas.

Ainda há mais novidades para esta nova e complicada eleição. A movimentação de Bolsonaro há meses, sugerindo, comentando, acrescentando, insinuando uma espécie de golpe para evitar as eleições levantaram suspeitas. Fica no disse-que-disse mas precaução não chega a ser demais. Olhar atento, pessoal.

Tropa militar

Sabemos também agora que além das Forças Armadas dispomos igualmente das Forças Desarmadas, baseadas na honra, na dignidade, na força moral, na grandeza do país e sua honrada população. Uma grande arma a ser disponibilizada.

– José Fonseca Filho é jornalista

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