Quem costuma olhar pelo ângulo do próprio umbigo corre o risco de não enxergar o horizonte. Há décadas, o PT em São Paulo sonha em destronar o reinado tucano no estado. Vislumbrou agora, com o PSDB completamente desfigurado, sua melhor oportunidade. Apostou nisso sem olhar o amanhã na campanha presidencial de Lula.
Na noite de 13 de setembro, em um debate, o petista Fernando Haddad e o bolsonarista Tarcísio de Freitas fizeram uma escancarada parceria contra o governador neotucano Rodrigo Garcia. Ali, os petistas paulistas, com um longo histórico de sovas tucanas, começaram a dar asas pra cobra.
A briga nacional era entre Lula e Bolsonaro. Tornar Garcia, que tropeçava nas pesquisas, como alvo preferencial foi um tiro no pé de Haddad e de Lula.
Nem o adverso resultado nas urnas no primeiro turno mudou o rumo da prosa. Enquanto Lula tenta atrair o apoio de Gilberto Kassab e de boa parte do PSD, a campanha de Haddad chuta o pau da barraca. Em propaganda nas redes sociais, compara Kassab a Fernando Collor e a Marcelo Crivella.
Lula tem uma avenida para engrossar sua tropa com democratas de várias vertentes. Ele tem dado sinais nesse sentido, como no namoro com Simone Tebet e com os economistas que criaram o Plano Real. Se não tirar a viseira da obcecada máquina partidária paulista, pode por em risco seus novos trunfos.
A conferir.