A Covid-19 e a ignorância perigosa

As estatísticas conclusivas sobre vítimas fatais da maldita pandemia vão assustar – e reduzir – a população mundial.  Não se sabe quando vai acabar a Covid-19 e seus efeitos. Especula-se, apenas, assim como sobre a futura vacina. Para milhares de brasileiros,  a doença simplesmente já acabou.  São os que não admitem fazer qualquer sacrifício pessoal visando manter o isolamento social rigoroso, a melhor opção para conter a propagação do vírus. A eles bastaria  evitar as reuniões em lugares públicos e a participação em festas, reuniões, praias, shoppings  e outros locais de alta concentração popular.

Essas pessoas estão dispostas a ignorar todas as imposições dos setores encarregados do combate à pandemia, baseados em estudos científicos. Todos os países adotaram o sistema do isolamento social, e obtiveram resultados satisfatórios. Os que se negam a cumprir as restrições sabem que desta forma podem mais facilmente serem vítimas do vírus, com possibilidades de perder a vida. Mesmo assim continuam cada vez mais ousados na prática de ações que comprometem o trabalho dos médicos, enfermeiros e tantos responsáveis pelo combate à epidemia do coronavírus.

O que induz tais pessoas a esse comportamento de rejeitar ações tendentes a reduzir o risco de contaminação, verdadeiramente, é a ignorância. Desprezam as avaliações científicas e insistem em participar de grupos ou multidões. Não se incomodam com a população em geral. Só com eles próprios. São pessoas talvez instruídas mas  ignorantes no comportamento e na atitude de desprezo aos seres humanos  e aos  profissionais da medicina.

A despeito da atitude abusiva dos ignorantes a humanidade vai superar mais uma epidemia e evoluir posteriormente. O perigo aproximou as pessoas e as nações, empresas doaram recursos para a reorganização da economia. Os pobres, vasta maioria no Brasil, receberam doações e alimentos. O governo, como sempre, faz o que pode. Se puder. A população mundial nunca foi tão solidária entre si. As perspectivas são de um mundo melhor. A ciência estará preparada para evitar o surgimento de novas epidemias. A comunicação visual se expandiu com a transmissão de atividades on line, espetáculos em live e a ampliação do alcance da internet.

O Leblon e a noite do novo real?

Reclamações sobre a quarentena em casa não se justificam. A maior convivência serviu  para aproximar as famílias. Ler. Meditar. Conhecer melhor os filhos e vice-versa. Ouvir música. Ter paciência. Fazer uma pequena economia. Ver televisão – se encontrar um programa inteligente. Os ignorantes que se misturam fora de casa, em áreas públicas, comprometendo o confinamento social, terão seu contingente bastante reduzido, devido à intensidade e propagação do Covid 19 até o surgimento da vacina.

Pode emergir um mundo melhor, com gente melhor, depois desse verdadeiro pandemônio. Cuidados com o meio ambiente, a educação e a saúde pública possibilitarão avanços  qualitativos para todos. Afinal, bastaria haver o hábito de lavar direito as mãos e ter cuidados com a higiene para que esse vírus não proliferasse e matasse tanta gente. Com sofrimento também se aprende. Espera-se que doravante todos nós, seres humanos, tenhamos  mais fraternidade, inteligência e disposição. E higiene: pessoal e em geral.

  • José Fonseca Filho é Jornalista
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