Raro é o dia em que a Esplanada dos Ministérios não é palco para uma manifestação de pelo menos uma classe da sociedade. São setores que vão àquele espaço democrático para expor as preocupações e os interesses de suas categorias. São estudantes, enfermeiros, professores, policiais, médicos, indígenas, sindicalistas, caminhoneiros e, enfim, as mais variadas representações populares, independentemente de ideologias, credos ou classes.
Nessa quarta-feira foi a vez dos trabalhadores públicos ocuparem o gramado em frente ao Congresso Nacional. É na Câmara dos Deputados que tramita a Proposta de Emenda à Constituição número 32, que propõe modificações na estrutura administrativa do serviço público brasileiro. A começar pelo processo de privatização de empresas da União. Por exemplo, os Correios.
A PEC-32 é uma das propostas do pacote de reformas do governo enviadas ao Legislativo. Por isto, funcionários de várias estatais se unem para pressionar os parlamentares a corrigirem o que consideram perdas reais. Entre elas, a possível redução salarial de até 25 por cento e o fim dos 30 dias férias, com exceção para o pessoal do Judiciário e do Ministério Público Federal.
Oito partidos já se declararam contra a aprovação do projeto tal como está proposto pelo relator, deputado Arthur Maia. Dizem não à possibilidade de transferência de recursos do FUNDEB e do SUS para empresas privadas. O PTB, PT, Rede, Solidariedade, PDT, PSB, PCdoB e PV querem impedir que a mudança permita a privatização dos sistemas públicos de educação e saúde.