Na virada do ano, relembremos das fotos que marcaram todos os tempos

Aos mortos pela Covid - Foto Orlando Brito
Toda vez que se aproxima o fim do ano, a gente — eu pelo menos — fica imaginando qual foi a imagem que simboliza ou tenta resumir os principais fatos que chamaram a atenção dos nossos olhos durante os últimos doze meses. E não acontece somente agora conosco, mas também em outras Eras. É algo impressionante, indepedentemente da cronologia lógica.
A simbólica foto de Alfred Einsenstaed: o beijo do marinheiro americano e da enfermeira militar no Times Squarem em Nova Iorque, feita em 14 de agosto de 1945. Era a comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial

Por exemplo, em 1945, o beijo do marinheiro americano e da enfermeira militar no Times Square, em Nova Iorque. A foto de Alfred Eisenstaedt, feita em 14 de agosto daquele ano, era o retrato da descontração retornando às ruas com o fim da II Grande Guerra. Publicada na revista Time, entrou para história. A cena do assassinato do então presidente dos Estados Unidos Joh Kennedy, em 1963 em Dallas, também entrou para história porque mostrava ao mundo algo inesperado e de maneira chocante o trágico momento da morte do jovem líder americano ao lado da bela Jackie, a primeira-dama.

A chocane foto do menino Aylan, feita por Nilufer Demir em 2015, numa pria da Grécia

As migrações sempre foram uma tormenta. E agora a situação se agrava, com famílias de baixa renda deixando seus países de origem em busca de vida melhor no chamado primeiro mundo. O resultado se vê nas fotos do sofrimento nas fronteiras, por exemplo, dos Estados Unidos com o México, e na morte de até crianças nos mares da Europa.

Nem tudo, ainda bem, é “inferno”. Em contraste à triste cena do menino turco que se afogou no aceano do Grécia em 2015, anos antes, em 1968, Hollywood ofereceu às telas de cinema o simbólico “2001, uma Odisseia no Espaço” e, em 1982, “O Extraterreste”. As imagens de ficção que os diretores Stanley Kubrick e Steven Spielberg produziram se transformaram em padrão visual de suas épocas. Qual de nós não guarda na memporia a Era do Glamour do cinema, com beleza instigante de Marilyn Monroe? Ou dos clássicos “Doutor Jivago” e da obra de Federico Fellini, estrelada por Mastroianni e Sopgia Loren. Ou John Lennon, o líder dos Beatles, em pose na cama com a namorada nissei Yoko Ono. E mais, do universo Disney, aquele que marcou a infância de bilhões de terráqueos.

Uma foto das mini-saias, a moda que mudou a maneira de vestir das mulhres em todo o mundo

A imagem que mais marcou 1966 veio da área da moda, criação da estilista inglesa Mary Quant: a mini-saia. Apresentava não somente uma nova maneira de as mulheres se vestirem, mas, sobretudo, representava novo conceito da liberdade e independência feminina, quebra de tradição, avanço nos costumes. As fotos do novo padrão estético ganharam o mundo e os modelos foram copiados pelas jovens de todas as idades em todos os países.

O homem desembarca na lua – Foto NASA
A força da foto de Nick Ut contribuiu para o fim da Guerra do Vietnã

1969 ficou marcado não somente pela histórica frase “um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade” dita pelo astronauta Neil Armstrong ao pisar o solo do satélite da Terra, distante daqui 400 mil quilômetros, quando desembarcou da nave espacial Apolo 11. Mas também pela incrível chance de permitir a todos os habitantes do planeta ver de perto o solo da lua. Já em 1972, uma fotografia determinou o fim da Guerra do Vietnã. Nick Ut, fotógrafo da Associated Press, mostrou a barbárie do conflito, a menininha despida das vestes e outras crianças  correndo para fugir do ataque das bombas de napalm.

O impensável ataque terrorista às Torres Gêmeas de Nova Iorque em 2011, registrado em todos os ângulos
“Natividade”, a primeira referência que se tem do nascimento de Jesus
O atentado à vida do Papa João Paulo II em 1981 – Foto Vatican News

Os tanques de guerra barrados por um jovem estudante que protestava contra os abusos do poder na Praça Celestial, em Pequim, na China, foi a foto de destaque de 1989. Em 2001, outras imagens chocantes marcaram a história do mundo. Dessa vez captadas pelas lentes de várias câmaras fotográficas e de vídeo. A queda dos dois edifícios do World Trade Center de Nova Iorque, após o ataque com aviões a jato, comandado por Bin Laden. Lembre-se, foram transmitidas ao vivo pelas tevês para todo o mundo, no fatídico 11 de saetembro.

São, não obstante, inúmeros os acontecimentos importantes em cada ano. Logo, uma profusão incontável de fotografias vem em decorrência para representá-lo. Repare que mesmo no digamos Ano Zero, quando obviamente não havia câmaras, a sociedade usou da imaginação para dar face ao nascimento de Jesus Cristo. Não se sabe até hoje com precisão quando e quem foi o pintor que criou a primeira versão visual da família Maria e José. Mas estão aí ao longo dos tempos os quadros que reproduzem tão histórico momento para a humanidade. Um deles, talvez a representação mais antiga, é “Natividade”, de autor desconhecido, encontrado nas paredes da Catacumba de Priscilla, em Roma, possivelmente concebido no século II. Também na área religiosa, outra foto que chocou o mundo: o misterioso atentado a faca contra o Papa João Paulo II, ferido a faca por um extremista turco quando o Chefe da Igreja cumprimentava fiés na Praça São Pedro, no Vaticano.

Em contraponto à concorrente Apple, Bill Gates apresenta a nova plataforma Windows para navegação na Internet, novidade para todos os habitantes do planeta
Antes dos Jogos de Sydnei, em Atlanta-1996, imagem histórica das meninas do vôlei de praia do Brasil. Ouro para Sandra Pires/Jackie Silva e prata para Adriana Samuel/Mônica Rodrigues- Foto Comitê Olímpico

No ano de 2000, os Jogos Olimpicos de Sydnei, na Austrália, marcavam o fim do Século XX e era prenúncio de um vindouro terceiro milênio repleto de otimismo e futuros, com a consolidação das modernas tecnologias da informática. A Internet se firmava como nova forma de comunicação para os habitantes da Terra. A partir daí, dava a cada um voz e autonomia para dizer o que bem deseja por meio das redes sociais, blogs, sites etc, por mais longínquos sejam os lugares onde habitam. O dia-a-dia de cada cidadão, de cada empresa e instituições de todos os tipos passava a conviver ainda mais com os ícones digitais.

Incêndio florestal na Amazônia – Foto Daniel Beltrá/Greenpeace
A chocante cena da morte de George Floyd

2020 produziu imagens que jamais sairão da memória geral porque revelam a gravidade da violência no que se refere aos direitos humanos, aos racismos e preconceitos. Dois assassinatos chocaram o mundo: ambos de homens negros. O primeiro, de George Floyd, sufocado até a morte por um policial em Minneapolis, nos Estados Unidos. A segunda, aqui no Brasil, em Porto Alegre, João Alberto Freitas também perdeu a vida após ser espacando por seguranças de um supermercado. Nçao menos grave foram as denúncias vindas por via das imagens: a devastação da Amazônia, a degradação na natureza.

São imagens que vão fixar-se na mente de cada um de nós e que marcam os fatos de cada ano que passa.

Ação da Cruz Vermelha na África contra a Covid
Na Itália, milhares de mortos pela Covid
A Covid e o rastro de mortes no Brasil

Também em 2020, um terrivel fato voltou a impacientar toda a humanidade, o retorno de uma pandemia mortal, a da Covid 19. Uma cruel e fatal reprise da Gripe Espanhola de um século antes. Para conter a contaminação pelo vírus, os cientistas cuidaram de apresentar às populações precauções e cuidados médicos. Primeiramente, o uso de máscaras protetoras. A segunda, a imunização por meio das vacinas. Entre os chefes-de-Estado que não seguiram as recomendações da ciência para o grave problema, estava e está o do Brasil.

Diariamente, desde o início da endemia global, andei com minha câmara pendurada no pescoço em vários locais, retratando cerimônias palacianas e manifestaçãoes de rua, com foco na crise sanitária que nos afetou e ainda afeta. Fiz incontáveis fotos de personagens importantes e pessoas humildes usando sua máscara como maneira de evitar infectar-se. A expressão de sofrimento de cada um. Uma delas foi essa aí.

Nesse mês de dezembro, agora no finalziho do ano, a NASA e as agências espaciais da Europa e do Canadá lançaram o telescópio James Webb. Nada mais moderno que isto. É uma estação não tripulada que vai varrer os céus para colher dados que indiquem a origem do universo, sobretudo imagens, fotografias. Imagine o que vem por aí…

O certo é que hoje, com a chegada de 2022, nosso país sofre com mais de 620 mil óbitos, vítimas da Covid. E em todo os Continentes famílias choram a perda de cinco milhões de vidas. As imagens — sejam fotos, pinturas, ilustrações ou vídeos — é que aproximam os olhos do mundo a tudo o que acontece.

Orlando Brito
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