Dra. Nise Yamaguchi na CPI da Covid – Depoimento com omissões, imprecisões e até confissão

Médica Nise Yamaguchi fala na CPI da Pandemia - Foto Orlando Brito

O depoimento da médica Nise Yamaguchi na CPI da Pandemia no Senado nessa terça-feira está sendo considerado como o mais contraditório e também carregado de inverdades dentre todos que até agora aconteceram. E, ainda, complicado para os que defendem tanto o uso do medicamento hidroxocloroquina para a cura do coronavírus e negam a existência do tal gabinete paralelo do Palácio do Planalto para aconselhar Jair Bolsonaro nos assuntos da Covid.

Dra. Nise na rampa interna do Planalto em maio do ano passado – foto Orlando Brito

Dra. Nise admitiu que participou de reuniões na Presidência da República, mas nega que em uma delas foi proposta a polêmica proposta de troca da bula da cloroquina por meio de decreto. Ao contrário do que afirmaram o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente a ANVISA, Barra Torres, quando falaram aos senadores. Para se defender, entregou uma minuta de decreto presidencial que soou como uma confissão.

A médica Yamaguchi na CPI, ao lado do senador Omar Aziz – Foto Orlando Brito

Disse que esteve com Jair Bolsonaro quatro vezes, quando informou a ele sobre a dividida posição dos médicos em relação ao uso protocolo precoce. Quando chegou a vez das perguntas do senador Otto Alencar, da Bahia, o depoimento da Dra. Yamaguchi complicou. O parlamentar, que também é médico, indagou a ela — especialista em infectologia — sobre o surgimento do vírus corona e obteve reposta inconclusiva, o clima beirou o constrangimento.

Diante das omissões, falas imprecisas e evasivas da Dra. Nise Yamaguchi, o presidente da Comissão, senador Omar Aziz, considera a possibilidade de convocá-la para novo depoimento. Desta vez, contudo, não como convidada, mas como testemunha. Com o dever de dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade.

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