Nesse restante de semana, após a eleição de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira para presidir o Senado e Câmara, os parlamentares cuidam de completar a composição das mesas deretoras das duas Casas. Na próxima segunda-feira é possível que chegará a vez de definir aqueles senadores e deputados que irão presidir as comissões permanentes. E justamente aí começam as primeiras crises internas, por exemplo na Câmara.
A liderança do PSL indicou para concorrer à presidência Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a deputada Bia Kicis. Grita geral. A começar dentro mesmo do Congresso, com a alegação de não ser nome adequado para presidir a mais importante das 25 comissões da Casa uma senhora que tem problemas com a própria justiça. A fiel aliada de Jair Bolsonaro é acusada em dois inquéritos por crimes, ao participar de atos antidemocráticos e de difundir fake-news nas redes sociais. Os profetas da política preconizam que o presidente da CCJ será o deputado por Minas Gerais, Lafayette de Andrada.
O governo federal encaminhou documento aos dois novos presidentes do Senado e da Câmara com uma relação de 35 projetos de seu interesse e que estão dormitando nas comissões das duas Casas do Legislativo. Lista bem variada, com temas os mais diversos. Sobre liberação do uso de armas, construção de obras públicas, concessões florestais, mineração em terras indígenas etc. Alguns deles já passaram por debates e praticamente estão prontos para irem ao plenário e serer aprovados. Ou não.
Desses projetos — que agora muita gente chama de Reforma — estão dois considerados realmente imporantes: as tais reformas administrativa e tributária. O primeiro, vai dar novos parâmetros à administração pública, corrigir distorções burocráticas, redefiniar quantidade do efetivo de funcionários, além de outros muitos. O segundo, envolve interesses de vários lados, com influência direta nas despesas do governo, no funcionamento de empreas e entidades e, sobretudo, na vida dos cidadãos.
A promessa dos senhores que agora presidem o Legislativo é que até outubro próximo isto esteja resolvido. E, principalmente o Orçamento da União, a chamada LDO, a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Mas porém contudo, a apovação de todas essas matérias não é tão simples como se anuncia. Sabe-se, são temas abrangentes e repletos de interesses até mesmo dos próprios parlamentares. Ainda assim, o que se prevê é que alguns desses assuntos venham mesmo a ser aprovados, até porque não há mais como procastinar seu desfecho.
Agora, passada a temporada de casas cheias para a eleição de Pacheco e Lira, o Congresso deve voltar ao ritmo de convivência com os cuidados à pandemia. E ficou para trás a festa de reabertura do ano Legislativo com a presença de Jair Bolsonaro. Na Câmara, por exemplo, já está decidido que as sessões de votação serão híbridas. Ou seja, com a presença física de parlamentares e por meio digital, por conferência através da Internet.
Nessa quinta-feira, Arhur Lira chegou cedo ao seu novo gabinete. Vinha de um café-da-manhã de trabalho com seu colega Rodrigo Pacheco. Cercado de jornalistas, promete dar celeridade a tudo que pousar sobre sua mesa. Resta esperar que a respeitada imagem do democrata Ulysses Guimarães inspire a todos os parlamentares.
Orlando Brito