Da série “Quem se lembra?” – Paul Simon e Art Garfunkel

A inesquecível turnê show de Simon e Garfunkel pelos Estados Unidos - Foto Orlando Brito

Ao ver agora que Paul Simon estará lançando na prózima semana um audiobook rememorando sua vida de artista, lembrei-me de quando o fotografei em Cleveland, nos Estados Unidos, em 1983. Entre os diversos prêmios que recebeu, está o Grammy, o Oscar da música.

Até hoje os fãs lamentam o fim da dupla de rock Simon & Garfunkel, no início dos anos 1970. Os dois deixaram gravadas na história canções que jamais deixaram de fazer sucesso. Entre tantas estão Sound Of Silence, Bridge Over Troubled Waters e Mrs. Robinson, trilha sonora do filme A Primeira Noite de Um Homem, tão bem estrelado por Dustin Hoffmann e Anne Bancroft.

O Long Play da dupla: sucesso em todo o mundo na dpecada de 1970

Amigos de infância e de origem judaica, conheceram-se na escola primária em Forest Hills, no estado de New York, aonde chegaram a encenar peças de teatro. Mas o sucesso veio mesmo com a música nos palcos de mundo afora. Porém, já consolidados como compositores e cantores, descobriram divergências e preferiram desfazer a dupla.

Mesmo com trajetória consolidada, Paul Simon decidiu partir para novos projetos, em experiências musicais com percussionistas da África e também do Olodum, no Brasil. Art Garfunken, hoje quase um oitentão, caiu em profunda consternação com o fim da parceria.

Paul Simon atualmente

Para alegria dos milhões e milhões de fãs, entre 1981 e 1983, Paul Simon e Art Garfunkel uniram-se temporariamente para uma turnê que começou com um memorável show para quase um milhão de pessoas ao Central Park de Nova Iorque. Depois, partiram para uma série de apresentações que lotaram estádios de dezenas de outras cidades dos Estados Unidos.

Pois bem, em 1983, o então presidente brasileiro, João Figueiredo, viajou para o Cleveland, no estado de Ohio, para uma cirurgia no coração. Era notícia importante porque estavam depositadas no general as esperanças de reabertura política no Brasil, a volta do poder aos civis após o Golpe de 1964. Naquela época, era comum os jornalsitas viajarem para fazer cobertura de assuntos importantes, E foi esta razão que em torno de 50 colegas de jornais, rádios, televisões e revistas viajamos para a América. Ficamaos por lá mais de 40 dias.

Figueiredo com a primeira-dama Dona Dulce, após a cirurgia em Cleveland – Foto Orlando Brito

Cobertura difícil, tensa para todos nós, com plantões permamentes na porta do hospital, atentos ao que poderia acontecer. Depois de uma entrevista do médico que operara o general garantindo que transcorrera bem a cirurgia, vimos uma chance de descontração. Numa noite de sábado, resolvemos chegar até à vizinha cidade de Akron. Era lá que a famosa dupla Simon & Garfunkel fazia uma apresentação.

Pos quase duas horas pudemos ver o raro show dos dois artistas. E igualmente interessante: o percursionista brasileiro radicado na América, Airto Moreira, fazia parte da banda. Foi, assim como Paul Simon e Art Garfunkel aplaudido pela multidão. Ele é aquele no canto direito da foto, de camisa azul. Obviamente, não perdi a chance de fazer o clic.

Orlando Brito

Deixe seu comentário
Artigo anterior“É uma m…mas é nosso”
Próximo artigoO quinto golpe
Um dos mais conhecidos e premiados fotógrafos do país, Orlando Brito nasceu em Minas e chegou a Brasília ainda menino, no início de sua construção, em 1956. Fez viagens por mais de 60 países, em coberturas presidenciais, papais e esportivas, como Copas do Mundo e Olimpíadas. Tem seis livros publicados e quatro outros no prelo. Recebeu vários prêmios, entre eles o Press Photo do Museu Van Gogh. de Amsterdã. Onze vezes Prêmio Abril de Fotografia. Bolsa da Fundação Vitae, de São Paulo, em 1991. Várias exposições individuais e obras no acervo de diversos museus do mundo.