Raras são as ocasiões em que Jair Bolsonaro dá entrevistas. Prefere usar as redes sociais da Internet para comunicar-se. Ou se expressa nas cerimônias palacianas, às vezes transmitidas pela tevê estatal. Ou também nos discursos durante as viagens que faz. Foi o que aconteceu nessa quinta-feira no Pará, durante a entrega da primeira etapa das obras do Porto Futuro, uma área de lazer em Belém.
Havia manifestantes nas ruas, contra e a seu favor. Em seu discurso, um dos temas que abordou foi a Hidroxicoloroquina, o medicamento que usou para combater a Covid-19. Ele foi acometido pelo vírus corona e teve que cumprir quarentena por vinte dias.
— Eu sou a prova viva que deu certo. Muitos médicos defendem esse tratamento e sabemos que mais de cem mil pessoas morreram no Brasil, que, caso tivessem sido tratados lá atrás com esse medicamento, poderiam suas vidas terem sido evitadas e mais ainda: aqueles que criticaram a hidroxicloroquina não apresentaram alternativas.
De volta a Brasília, à noite, na costumeira live em sua página do Facebook, Bolsonaro falou de vários temas: da reunião que teve no Palácio Alvorada com os presidentes do Senado e da Câmara e o ministro Paulo Guedes para tratar do teto de gastos; da privatização de estatais; de investimentos na área de turismo; do volume de verbas que o governo destina para os programas de contenção da Covid, e que já conversou com três partidos interessados em sua filiação.
Jair Bolsonaro também dedicou boa parte de sua fala à Cloroquina. Com uma caixa do produto sobre a mesa, disse que vários prefeitos estão interessados em adotar o mesmo produto em seus municípios, embora a decisão caiba aos médicos. Revelou que dez ministros de seu governo e vários conhecidos já o usaram.
No dia em que o número de mortos em decorrência do coronavírus ultrapassa a 105 mil no Brasil, Bolsonaro reclamou que parte da mídia credite a ele essa responsabilidade.