Banco Central deve manter juros em 14,25%. Planalto gostaria que caísse

Embora o Palácio do Planalto sustente que seria bom que ocorresse uma queda de juros nesta semana, em que será instalada no Senado a comissão do impeachment da presidente  Dilma Rousseff, o Banco Central deve manter em 14,25% as taxas de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quarta-feira.

Argumentos para justificar a redução dos juros do ponto de vista do Planalto não faltam. Os preços da economia estão cedendo e haverá um efeito significativo na inflação pela mudança na bandeira das tarifas de energia elétrica. Só para este mês está sendo esperada uma redução de inflação de 1,5% das tarifas de energia.

Os índices de preços ao produtor, consumidor e da construção civil, que foram o IGPM, devem cair de 0,51% em março para 0,40% em abril, segundo técnicos do Ministério do Planejamento que acompanham o comportamento dos preços.

Hoje, as apostas da pesquisa semanal que o BC faz junto às instituições financeiras é de que a inflação deve recuar em  2016 para cerca de 6,98%.

A maior parte da diretoria do BC, no entanto, sustenta tecnicamente que enquanto não estiver ancorada no mercado a expectativa da inflação em 4,5% para o centro da meta, com intervalo de tolerância de 6,5%, não dá para mudar as atuais taxas de juros, pelo risco de um revés na condução da atual política monetária contracionista.

Caso seja consolidada a atual tendência de acomodação dos preços da economia, as taxas de juros podem começar a cair na próxima reunião do Copom de junho. A notícia boa do BC poderá ocorrer na interinidade do presidente Michel Temer.

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Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com pós graduação em jornalismo econômico pela Faculdade de Economia e Administração(FAE) de Curitiba/PR. Repórter especializado em finanças públicas e macroeconomia, com passagens pela Gazeta Mercantil, Folha de São Paulo e Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Participou da cobertura de formulação e implementação de todos os planos econômicos do país deste o Plano Cruzado, em 1985, ao plano Real, de 1994. Sempre atuou na cobertura diárias das decisões de política econômica dos Ministério do Planejamento, Fazenda e Banco Central. Experiência em grandes coberturas de finanças como das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional(FMI), do Banco Mundial(BIRD) e Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID).