O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, vai encerrar um seminário sobre ajuste fiscal com as maiores autoridades sobre o assunto do Brasil e do exterior, como Teresa Ter-minassian, ex-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A problemática do desequilíbrio fiscal da União, estados e municípios é conhecido de todos há muitos anos. A atual carga tributária é uma das maiores da história do país e, mesmo assim, é insuficiente para cobrir as despesas que cresceram em uma velocidade nunca vista, como gastos de pessoal e da previdência social.
Em 2 de setembro de 1996, o Diretor do FMI, Vitor Tanzi, em uma palestra de comemoração dos dez anos da Secretaria do Tesouro Nacional, alertava as autoridades brasileiras que o ajuste fiscal da época era insuficiente e que o governo deveria reduzir gastos e diminuir a carga tributária do país para menos de 30% do Produto Interno Bruto (PIB), a fim de elevar a poupança privada, que junto com a poupança pública, ajudaram a viabilizar redução de juros. Com juros menores e uma melhor distribuição de renda seria possível sustentar o crescimento da economia do Brasil.
“É muito difícil fazer a economia crescer com taxas de juros em torno de 12% ao ano. Não há investimento produtivo que dê retorno suficiente para pagar essas taxas de juro”, disse Tanzi à época ao jornal Gazeta Mercantil.
Hoje as taxas de juros são mais elevadas do que em 1996, o déficit nominal é quase o dobro e a economia deve encolher 3,88%. Assunto para tirar o pais do buraco não deve falta neste seminário da FGV que começa amanhã no Rio de janeiro