Os ouvidos moucos de Sartre

Sartre acreditava na ação livre dos homens. Mas de onde Sartre extraia essa autoconsciência tão pretensiosa ao ponto de captar a liberdade? Como Sartre exorcizava seus demônios conhecidos e driblava a ditadura do inconsciente? Será que o existencialismo supera todos os positivismos explícitos ou ocultos (a exemplo de certo freudismo e marxismo) e elimina as armadilhas de uma teologia das Luzes bastante rica em suas muitas cores, em nome de uma classe ou de um estado d’alma?

Sarte morreu brilhantemente stalinista. Babando por Fidel e Che Guevara. Incapaz de ouvir a crítica independente como as de Edgar Morin, Cornelius Castoriadis, Claude Lefort e tantos outros que denunciavam, antes das descobertas dos Gulágs e genocídios, o que seriam consequências lógicas de uma visão de mundo, de uma ideologia de classe, de uma pretensão revolucionária, sem contar os delírios vanguardistas e as ingenuidade sobre a doma do Capital, deformando indivíduos, a sociedade civil, o mercado e o próprio estado.

Edmundo Lima de Arruda Jr

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