Maio é um é um mês muito bucólico, campestre mesmo. Seu céu azul cheio de pequenas nuvens, que parecem véu de noiva, mês escolhido para ser todo delas e seu vento frio que não chega a doer, acordam minha memória e me lembram de que maio me trouxe uma
filha, homenageou a Mãe do Céu e me levou a mãe da terra.
E é com estes pensamentos inquietos que chego ao Pilates e converso com algumas mulheres que também esperam pelo início da aula.
E então uma delas me diz:
— Deus é perfeito o tempo todo. Ele escolhe ‘a dedo’ as mães fortes que conseguem superar a dor da perda de um filho.
É preciso ‘desculpabilizar’ Deus de todas as coisas, sejam boas ou ruins. A morte é para todos. Alguns morrem cedo outros não. Deus acolhe, não escolhe.
As religiões usam Deus como responsável por todos os nossos atos e assim crescemos sem assumir nossas responsabilidades ou aceitar o ciclo da vida.
Ganhou dinheiro? Deus deu! Perdeu dinheiro? Deus tirou! E assim a gente segue. Deus dando, tirando, emprestando e nós jogando a responsabilidade em Suas Costas.
Eu não tenho uma religião. Ou tenho todas. Acredito numa Energia Maior, um Deus, um Tupã. Sou Maria, sou Oxum, sou Iemanjá, sou Madalena, sou Terra e sou Vida.
Só não sou escolha de Deus. Sou filha Dele!