Na escala grey da Kodak® não passam de onze. Na obra de E. L. James são cinquenta, na escala Pantone®, uma infinidade, quase, incontável. Vai do 7653 C ao Cool Gray 11 C, passando pelo 409 C. Uma lindeza.
Temos ainda as réguas de impressão, escalas de tintas para arquitetura, pastas para silkscreen, linhas para bordados, crochês e tricô. Uma infinidade de nuances nesta mistura encantadora entre o ébano e o marfim, como as teclas do piano que se fundem em tons musicados. Afinal o cinza é uma cor chique. Na arquitetura, na arte ou na fotografia preto & branco ele romantiza.
Muitas meninas lindas deixaram de desfilá-lo nas calçadas de Ipanema, Copacabana, da Rio Branco ou da Ouvidor. Quantas não foram ao chá das cinco da ‘Confeitaria Colombo’, acompanhados dos deliciosos leques ou casadinhos, na ‘Confeitaria Manon’, com os verdadeiros madrilenhos, na ‘Casa Cavè’ com as almofadas, mil-folhas e Dom Rodrigos e, finalmente, no ‘Cirandinha’ com os deliciosos waffles. Quantos metros de organza, tafetá e crepes deixaram de ser vendidos pela ‘Notre Dame de Paris’, ‘Casa Assuf’, ‘A Imperatriz das Sedas’ ou pela ‘Kalil M. Gebara’? Quantas estilistas deixaram de copiar os moldes encartados na ‘Manequim’, simplesmente porque a cor sugerida era cinza? E os ‘Courrèges’ que deixaram de ser copiados…? Puro estigma, ou quem sabe, astigmatismo.
Meu santo Pai sempre disse uma coisa interessante: “quando escrever, saiba ser sutil, ao ponto de que vistam a carapuça àqueles a quem não foi endereçado o texto”. Tinha absoluta razão. Mas há, ainda bem, o Phenix que ressurge das cinzas… borralha… Cedo ou tarde, apesar de se pôr, o Sol brilhará amanhã.