Fernando Haddad vai passar pelo corredor polonês do Jornal Nacional nesta sexta e, menos de 24 horas após ser lançado, já é o alvo preferencial de Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Marina Silva. Os estrategistas do PT esperam que, em uma semana, seu candidato ultrapasse Ciro e chegue ao segundo lugar nas pesquisas, apto a ficar com a segunda vaga do segundo turno.
Ou até com a primeira, ao final das próximas três semanas. A hipótese hoje parece muito remota, mas na cúpula petista há quem diga que, pelo ritmo das pesquisas internas sobre a transferência de votos de Lula, Haddad já teria uma das vagas do segundo turno e, daqui até lá, Bolsonaro poderia perder pontos sob a artilharia de Alckmin e outros.
Ao que tudo indica, trata-se de uma espécie de wishful thinking. Os políticos que cercam Haddad sabem, lá no fundo, que além da transfusão de votos de Lula que já começou a se operar – mas que tem que manter velocidade razoável – o sucesso de seus planos depende também do comportamento do próprio Haddad.
Haddad está sendo aconselhado por seus apoiadores a focar no principal, que é comunicar a um número máximo de eleitores de Lula que é o candidato do ex-presidente. Muita gente ainda não sabe disso e, na avaliação petista, a pancadaria dos adversários sobre ele pode até ajudar: chama atenção para o fato de que o PT trocou Lula por Haddad para quem não está prestando atenção nisso. Nesse sentido, bater no ainda desconhecido substituto de Lula pode ser uma faca de dois gumes para seus adversários.