Nesse domingo, Flávio Bolsonaro finalmente saiu da toca. Desde dezembro, ele tergiversava sobre o relatório do Coaf que levantou suspeita sobre a estranha movimentação bancária de seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Essa postura constrangia os principais ministros do governo chefiado por seu pai. Após a divulgação pelo Jornal Nacional de que sua própria movimentação bancária estava na berlinda, a situação ficou insustentável.
Flávio Bolsonaro até avançou sobre uma possível explicação que Fabrício Queiroz — após várias versões pouco críveis, como a marretagem na venda e compra de carros — daria ao Ministério Público para sua alta e pingada movimentação bancária: todo o dinheiro recebido por sua família, com empregos no gabinete e bicos fora, seria depositado na conta bancária de Queiroz. Vai ser difícil incluir nessa explicação os depósitos de outros funcionários do gabinete sem qualquer parentesco com Queiroz.
O fato é que as entrevistas de Flávio Bolsonaro nesse domingo podem ter alcançado seu objetivo. Mais do que ele sair das cordas, momentaneamente ou não, desanuvia o clima para a viagem de Jair Bolsonaro e das principais estrelas de seu governo, os ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro, para se apresentarem às elites do planeta no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
A conferir.