Sérgio Moro esteve muito próximo de poder anunciar entre as realizações dos 100 dias de sua gestão no Ministério da Justiça e Segurança Pública a elucidação do assassinato da vereadora Marielle Franco. Desde março, ele sabe que a investigação da investigação, aquela tocada pela Polícia Federal em parceria com os promotores estaduais do Gaeco, havia identificado, além dos executores, quem mandou matar. A previsão na cúpula da PF em Brasília é, com todas as pontas amarradas, fechar o caso até o final de abril, no máximo em meados de maio.
Sem jurisdição no caso estadual, Raquel Dodge e Jungmann usaram depoimentos de investigados contando sobre interferências para evitar o esclarecimento do caso para colocar os federais na parada. Eles passaram a investigar a investigação da polícia civil. Além de pressionarem a apuração da polícia carioca, identificaram, com a decisiva ajuda da turma do Gaeco, as brechas para avançar na investigação do próprio caso.
Domingos é o líder da família Brazão, há tempos ligada às milícias e com forte influência eleitoral na Zona Oeste, especialmente na favela Rio das Pedras, a terceira maior da cidade. A família consolidou sua força lá em 2010. De uma eleição para outra, a votação de Domingos em Rio das Pedras pulou de 2% para 29%. Suas digitais no Caso Marielle foram identificadas primeiro em tentativas de embaralhar as cartas para que o assassinato ficasse sem solução. Na sequência dessas pistas, ele acabou virando o principal suspeito de mandar matar Marielle. De suspeito a comprovadamente mandante teria sido o grande avanço da Polícia Federal na investigação da investigação.
A conferir.