Uma cena que poderia ser corriqueira acabou virando notícia no país essa semana. Mais que isso, serviu de vasto material para uma infinidade de memes que se espalharam pelas redes sociais. Um caminhão de mudança foi visto entrando no Palácio da Alvorada. Nada mais natural, afinal, o atual inquilino perdeu a eleição e deve desocupar a residência oficial do presidente da República. Tudo dentro do script. Quem vai pra lá sabe que o contrato tem tempo determinado, em média 4 anos. Pode ser ou não prorrogado por mais 4 anos, conforme a vontade dos eleitores brasileiros.
Neste sábado, o colunista Guilherme Seto, da Folha de São Paulo, noticiou que “Bolsonaro voltou a apresentar profunda tristeza com a proximidade de sua saída do Alvorada”. Aliados do presidente revelaram que ele disse que se manterá afastado da política por pelo menos três meses. É provável que seja verdade.
Ao longo dos últimos quase 4 anos, foi o ponto de encontro do presidente com seus “devotos” que iam lá diariamente para fazer fotos e conversar com o “Mito”. Foi lá que Bolsonaro agrediu jornalistas, zombou dos doentes de covid, propagou Fake News e tantos outros disparates como estimular seus apoiadores a desconfiar das urnas eletrônicas em caso de derrota para Lula.
O cercadinho representa o fim de uma era. É a prova material de que a realidade sempre se impõe. À Bolsonaro resta aceitar que perdeu e aproveitar o capital político que ainda detém para se firmar como o líder de oposição pela direita. Se realmente ficar três meses longe dos holofotes como tem dito a aliados, corre o risco de perder espaço para outros nomes da direita como os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema, e o eleito por São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Aos apoiadores do presidente, o melhor a fazer é sair da frente dos quarteis, voltar para suas casas e esperar até 2026. Até lá muita água ainda vai rolar.