Eram nove: Calíope – deusa da Eloquência. Casou-se com Eagro, de quem teve Orfeu, o célebre cantor da Trácia. Clio deusa da História, Erato deusa da poesia lírica, Euterpe deusa da música, Melpômene deusa da tragédia, Polímnia deusa da música sacra, Tália deusa da comédia, Terpsícore deusa da dança e Urânia deusa da Astronomia.
Vininha, nosso “Poetinha Maior”, teve várias: Helô Pinheiro, Tati, Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, para quem escreveu “Para viver um grande amor”, Nelita, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Ibañez, mas, com toda certeza, a mais marcante, sua eterna musa foi Gilda Mattoso. Pessoa encantadora de humor incrível. “There never was a woman like Gilda”.
Quem foi Lígia, que tanto deixou Tom ir do semitom ao tom maior, que fez do poeta, eterno antagônico em música que a homenageia? Quem terá sido? Especulações não faltam que seria Lygia Marina ex-mulher de Fernando Sabino. Ou “Luíza”? Composta para uma novela “Brilhante”, terá sido mesmo a beleza exuberante de Vera Fischer sua inspiração?
Drummond tinha a Cidade Maravilhosa como sua inspiradora razão de escrever. Rendeu poemas lindos: “Rio em Flor de Janeiro”. “A gente passa, a gente olha, a gente para/e se extasia./Que aconteceu com esta cidade/da noite para o dia?/O Rio de Janeiro virou flor…”. Nesta cidade do Rio/De dois milhões de habitantes/Estou sozinho no quarto/Estou sozinho na América…/… Precisava de mulher/Que entrasse nesse minuto,/Recebesse esse carinho/Salvasse do aniquilamento/Um minuto e um carinho loucos/Que tenho para oferecer…” – A Bruxa.
Pablo Milanés, compôs “Yolanda” tomado por elã para sua companheira, Yolanda Benet. No dia do nascimento da filha lynn, não pode estar presente. Viajara para um show. Trouxe na bagagem, dez dias depois, uma obra-prima, a pureza de uma ode ao amor sublime: “Esto no puede ser no más que una canción;/quisiera fuera una declaración de amor,/romántica, sin reparar en formas tales/que pongan freno a lo que siento ahora a raudales./Te amo,/te amo,/eternamente, te amo(…) Yolanda”. Yolanda, sua mais pura tradução para egéria.
Mas, quem serão Rita, Teresinha, Cecília, Carolina, Nina, Bia, Januária, Maria, Joana, Rosa, Iracema, Bárbara, Ana… Quem será esta linda Ana que tanto encantou o poeta?
Fantástico foi o dia em que, num momento sublime, a musa se descobre inspiração para o velho poeta. Musa é teu nome; escrevo!