Simone Tebet é a mais nova candidata à Presidência da República. O lançamento da primeira mulher a concorrer ao Palácio do Planalto na próxima eleição foi para muitos a novidade dessa semana e esquenta, de certa forma, a disputa eleitoral. É bem verdade que à festa faltaram nomes importantes do MDB, a exemplo do ex-presidente Michel Temer, Renan Calheiros, Romero Jucá e outros “donos” do partido. Mas personagens de respeito, como Jarbas Vascecellos e Pedro Simon, mandaram vídeos, anunciados por Baleia Rossi e apresentados nos telões.
A senadora Simone tem 51 anos, é advogada e professora graduada pela PUC de São Paulo, mãe de Maria Eduarda e Fernanda, foi deputada estadual, um par de vezes prefeita de Três Lagoas e vice governadora do Mato Grosso do Sul, filha do ex-presidente do Congresso, Ramez Tebet. Durante vinte minutos fez um discurso emocionante. Calou a plateia que lotava o primeiro andar do Hotel San Marco, em Brasília. Silêncio somente quebrado pela sequência de aplausos, especialmente quando lembrou da importância do MDB, liderado pela figura de Ulysses Guimarães, na luta pela democracia.
Os pontos altos de sua fala foram a preocupação com as crianças e o combate à fome. Pregou o acolhimento da população “Depois de centenas de milhares de brasileiros terem morrido em decorrência de uma política negacionista e insensível. Enquanto nos lares faltam cidadãos brasileiros, nas ruas nós temos o cenário da indigência total… O governo que está aí promove a discórdia”, referindo-se a Jair Bolsonaro. Simone Tebet tem logo caminho pela frente. Terá tempo de conceber melhor apresentação das peças de campanha. Com certeza vai centrar foco na atenção para a juventude, um grande número de eleitores brasileiros até agora órfãos de candidatos, esquecidos pelos demais concorrentes ao Planalto.
Jair Bolsonaro teve agenda intensa. No Planalto e fora de lá. Falou em todas as cerimônias de que participou. Com empresários, novamente disse-se contra o fechamento dos aeroportos para passageiros não vacinados que cheguem ao Brasil. No Itamaraty, condecorou a própria esposa, a primeira-dama Michelle. No dia Internacional Contra a Corrupção, disse ter doído no coração a prisão de seu aliado deputado Daniel Silveira, determinada pelo minsitro do STF Alexandre de Moraes, por ataques à democracia e detratar as instituições. Na quinta-feira, recebeu no Planalto um grupo de jovens integrantes da Ordem da Igreja Católica Apostólica Romana Arautos do Evangelho. Era a Cantata de Natal. Ao falar no fim do evento, avisou que terminou sua fase “Jairzinho paz e amor”. Em discurso no Dia Internacional contra a Corrupção, pediu aos presentes que levantassem as mãos aqueles que tomaram cloquina para evitar a Covid. Foi atendido. Veja na foto.
Lula esteve em Buenos Aires. Foi à Casa Rosada receber das mãos do presidente Alberto Fernández o Prêmio Azucena Villaflor, distinção concedida aos defensores dos direitos humanos. Depois, participou das comemorações do fim do regime militar na Argentina. A mesma à qual Jair Bolsonaro, convidado, não compareceu. Na quinta-feira, Luís Inácio fez debate com centrais sindicais em São Paulo. Disse-lhes que está “se dispondo a ser novamente candidato… Eu não posso voltar e fazer menos do que fiz“. E sobre a possibilidade do ex-governador Geraldo Alckmin ser seu vice na chapa para 2022: – Continuem incentivando.
Sérgio Moro faz dos eventos de lançamento de seu livro “Contra o Sistema da Corrupção” — no qual conta sua passagem pelo governo de Bolsonaro como ministro da Justiça — oportunidade para falar de seu planos para chegar ao Palácio do Planalto. Já o fez em Curitiba, em Recife e Porto Alegre, onde esteve com o ex-senador Pedro Simon e o governador Eduardo Leite. Em São Paulo, aproveitou para uma conversa com João Dória. De volta ao Paraná, foi a figura central do ato de filiação ao seu partido, o Podemos do conterrâneo Álvaro Dias, do seu ex-colega da Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol, agora fora da magistratura candidato a deputado federal.
Ciro gomes ficou praticamente um mês sem muita exposição. Nesse período muita coisa aconteceu na seara das novas candidaturas e nada na área de outras. Por exemplo, a de Rogrigo Pacheco, pelo PSD de Gilberto Kassab, não caminhou. Nem a do senador Alessando Vieira, do Cidadania. Pressionado pelo PDT, Ciro voltou à carga nessa semana. Foi fazer palestra no sindicato dos padeiros, em São Paulo, e voltou às redes sociais com maior intensidade. Em um vídeo de 2 minutos e 37 segundos dirigido por seu marketeiro João Santanna, referere-se aos principais adversários sem citar seus nomes. Fala de calças engomadas, togas sujas, fardas rotas e macacões de bolsos sem fundos. Diz que fazem presepadas e não apresentam objetivamente soluções para os problemas do país: o desemprego, a fome, inflação, preços altos dos combustíveis e dos produtos alimentícios, a violência, os maus tratos na saúde etc.
João Dória retornou da viagem que fez aos Estados Unidos e também foi à luta. Esteve no Programa do Pedro Bial na Globo. Avaliou que no próximo ano, o Brasil terá “as mais sujas e sórdidas campanhas eleitorais da história“. Antes, na quarta-feira, o governador tucano paroveitou a presença de Sérgio Moro em São Paulo e foi visitá-lo. Nada de fotos nem vídeos. Após o encontro na residência da deputada Renata Abreu, presidente do Podemos, Dória disse que ele e o ex-juiz da Operação Lava-Jato estarão do mesmo campo em 2022.