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O Planalto vai sustentar o discurso até o fim - até porque este está próximo - mas, nas conversas olho no olho nos principais gabinetes, ninguém dá mais um tostão furado pela aprovação da reforma da Previdência.

A semana foi ruim para um dos adversários dessa turma, o deputado Jair Bolsonaro, que foi alvo de matérias sobre o crescimento de seu patrimonio familiar, seus gastos como deputado e supostas irregularidades na contratação de auxiliares.

A expectativa era de que o julgamento de Lula mudasse os hábitos dos políticos nesse verão. Até influencia, mas é vida que segue para quem quer entrar ou permanecer em cena.

Nesse ritmo autofágico, as forças de centro vão passar da profusão de candidatos à situação oposta: não vai sobrar nenhum para contar a história. Muito menos para ganhar a eleição.

Michel sabe que não ganharia a reeleição, mas poderia deixar seu partido na cômoda situação de sempre: dividido, desta vez entre Alckmin e Lula. Depois da eleição, negocia com quem ganhar.

Mesmo com Temer no Planalto, os caciques do PMDB abrem o leque para variadas apostas na sucessão presidencial. Sabem que o partido ganha seja quem for o vitorioso.

O jogo da sucessão esquentou. Depois de driblar Joesley Batista, Rodrigo Janot & a Rede Globo, o presidente Michel Temer mira 2019. Se aprovar a reforma das aposentadorias, candidata-se a player do pleito de 2018. Se perder, vira coadjuvante.

É conversa para assustar tucano a candidatura do Planalto. É também teatro o aparente desinteresse de Alckmin e companhia por uma aliança com o PMDB de Temer.

A aprovação da reforma da previdência agora facilitará a vida de quem vai se eleger Presidente da República em 2018. O eleito herdará o prato feito. Bastará servi-lo. É isto ou esperar a bomba-relógio explodir.