O Fux é que disse: Joesley enrolou Janot

Ministro Luiz Fux. Foto Nelson Jr./ASCOM/TSE

A avaliação agora já não vem de leigos, mas do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux. Ele defende a prisão do dono da Friboi, Joesley Batista, e de seu assecla, Ricardo Saud. Por uma razão que ele resume de forma muito simples: eles “ludibriaram” o Ministério Público. Ou seja, na avaliação do ministro do STF, o irmão Friboi enrolou o procurador geral da República, Rodrigo Janot. E, ao enrolar Janot, diz Fux, Joesley e Saud “degradaram a imagem do país no plano internacional, humilharam a Justiça e revelaram a arrogância dos criminosos de colarinho branco”.

“Eu deixo ao alvedrio do Ministério Público a opção de fazer com que esses participantes da cadeia criminosa passem do exílio nova-iorquino ao exílio na Papuda”, sugere Luiz Fux. Na frase, construída em bom juridiquês, o ministro insinua ter tido ele também certo desconforto com a construção feita no acordo de delação que permitiu a Joesley assistir ao incêndio que provocou em Brasília da sua suíte no Baccarat Hotels & Residence na cidade que nunca dorme.

A cada revelação nova que aparece, vai ficando mais absurda a desfaçatez do dono de frigorífico. O noticiário informa que o próprio Janot irá mesmo desfazer o acordo de delação antes de deixar o comando do Ministério Público no final da próxima semana. Poderá custar caro ao irmão Friboi a sua artimanha. O problema agora é saber o quanto ela custará a todos nós.

Qual a consequência que todo esse capítulo absurdo terá no transcurso da operação que se fazia para sanear a política brasileira? O quanto do que foi revelado vale ou está comprometido pela armação de Joesley? Torna menos graves as conversas gravadas com o presidente Michel Temer, com o senador Aécio Neves e as malas de dinheiro? Ao se aproveitar essas provas, como livrá-las da contaminação da armação que foi feita?

Ou cai tudo isso por terra? E ficamos, então, com um presidente e um grupo político sobre os quais foram lançadas graves desconfianças. E ficamos com o Ministério Público e as demais instituições envolvidas nas investigações com sua credibilidade comprometida. Como seguirão nas suas apurações? E, caso não sigam, as punições e demais consequências ficarão apenas para quem foi antes investigado? Isso será justo? Ou acaba se confirmando o vaticínio de Romero Jucá: “tira a Dilma” e depois tudo se resolve? O irmão Friboi botou o país numa encruzilhada… E se mandou pra Nova Iorque…

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