Huck fora: o balão vai caindo…

Luciano Huck - Foto Rafael Campos/TvGlobo

A desistência do apresentador Luciano Huck faz murchar e cair mais um balão nesse começo de corrida eleitoral para 2018. Falamos por aqui do lançamento desses balões. Há uma busca desesperada por um nome que evite a polarização que as pesquisas no momento apontam entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e o deputado Jair Bolsonaro, que deverá disputar a eleição pelo Patriota, novo nome do PEN. Já se tentou lançar antes de Luciano Huck o prefeito de São Paulo, João Dória, do PSDB, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, entre outros.

Ex presidente Lula, Foto Orlando Brito

Essa busca por um nome que evite a polarização vem de setores da própria política e do empresariado, que correm atrás de uma opção de centro. E não apenas no momento para evitar um confronto entre Lula e Bolsonaro. Mas também porque a concentração nesses dois nomes joga a eleição num grau absoluto de imprevisibilidade. Porque Lula pode não vir a disputar e Bolsonaro pode não ter fôlego para chegar ao final.

O complicado no caso de Lula são seus problemas na Justiça, que podem levá-lo a uma condenação em segunda instância antes da eleição. Com base na Lei da Ficha Limpa, isso o tornaria inelegível. O problema é que tal inelegibilidade não é automática. Condenado, teria de haver um pedido de impugnação, julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Assim, nessa corrida contra o tempo, podemos ter a hipótese de Lula eleito sub-judice, o que geraria uma confusão ainda maior no quadro político. Ainda mais se ele vier a ser eleito com uma margem grande de votos.

No caso de Bolsonaro, há quem não acredite que ele viesse a ter fôlego suficiente para sustentar suas posições de preferência no eleitorado até outubro. Não disputará por um partido grande. Não tem por enquanto alianças que lhe garantam um tempo grande de propaganda na TV, um fator que ainda se mostra definitivo na disputa. É o que imagina, por exemplo, o analista político Antônio Lavareda, como mostra sua entrevista para Os Divergentes.

Jair Bolsonaro com militares no Congresso.
Jair Bolsonaro com militares no Congresso. Foto Orlando Brito

Se estiverem certos os que dizem que nem Lula nem Bolsonaro estarão no final da disputa, a pergunta que fica é obvia: quem estará, então? É daí que vão surgindo os balões de ensaio e as tentativas de candidatura.

As movimentações retornam aos nomes tradicionais da política. Depois das cenas de autofagia das últimas semanas, o PSDB parece começar a se movimentar na direção do governador Geraldo Alckmin como sua opção. Como mostra Andrei Meireles, é um nome que agrada à banca. Precisa, porém, sair dos patamares baixos que as pesquisas hoje lhe apontam. Se for capaz de fazer os tucanos pararem de se bicar…

No campo de centro-esquerda, Ciro Gomes, do PDT, e Marina Silva, da Rede, enrolam-se no pelotão do meio sem demonstrarem ainda chance de emplacar, Marina numa posição um pouco melhor que a de Ciro.

Os próximos dias dirão se a plataforma de balões de ensaio será mantida ou se tentarão se consolidar os velhos nomes de sempre. Enquanto isso, as pesquisas seguem sendo lideradas por Lula e Bolsonaro. Por menos que alguns gostem disso…


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