A segurança dos ministros do STF

Com o falecimento precoce de Teori Zavascki, muitos pontos a respeito da segurança dos ministros do Supremo precisam ser colocados na mesa. Com o que temos de informações públicas, o STF enfrentava cortes na empresa privada de guarda-costas do ministros, não tinha o apoio formal da Polícia Federal e da Abin na segurança dos magistrados, os carros oficiais dos ministros em Brasília não tinham blindagem e juízes auxiliares trabalham sem qualquer proteção.

É muito cedo para falar do caso específico, até porque tudo aponta para condições meteorológicas desfavoráveis no momento do acidente em Paraty, mas ficam as perguntas. Algum agente federal ou perito revistou o avião antes de Teori entrar? Qual era a importância dada para a segurança dos ministros por parte do Supremo?

Como escrevemos aqui em Os Divergentes em 12 de dezembro , Teori e sua equipe passavam por pressões internas e externas. A segurança dele ou de qualquer outro ministro do tribunal precisaria ser uma prioridade, dada a gravidade dos casos que a corte vinha analisando.

Outro exemplo claro da falta de cuidado do STF com os ministros é o da ministra Cármen Lúcia. Presidente do STF – desafiando interesses políticos – e Presidente do CNJ – desafiando interesses de facções criminosas. Qual é o tipo de segurança que a maior autoridade do poder judiciário tem? Vigia noturno na casa dela, mas sem qualquer escolta no dia a dia. O chefe do poder executivo tem a Guarda Presidencial e o do poder legislativo tem a Polícia Legislativa.

Momentos como esse, apesar de trágicos e tristes, são oportunidades de reflexão por parte das autoridades. Ao redor do mundo vemos casos de promotores e juízes assassinados por contrariar interesses. Não sabemos se esse é o caso, só o CENIPA poderá dizer, mas tomara que a partir de agora a segurança seja levada mais a sério na mais importante corte do Brasil.

*colaboraçao para Os Divergentes

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