Reviravolta incendeia sucessão em Minas Gerais

Rodrigo Pacheco e Bonifácio de Andrada.

Grande reviravolta na política mineira: o deputado federal Rodrigo Pacheco deixa o MDB, vai para o DEM, abre um racha no PSDB e compõe uma frente dos rebeldes tucanos com PP e democratas para uma candidatura arrasadora na oposição: já o governador Fernando Pimentel acerta uma aliança do PT com o MDB e remaneja o deputado Patrus Ananias, grande força eleitoral no estado, para uma vaga no Senado, fortalecendo a chapa situacionista. Estas são as duas grandes forças que entram em campo nas alterosas.

Isto apresenta a grande reagrupação das forças devido às novas conformações dos financiamentos de campanha. Antigos caciques perdem o comando de seus partidos para líderes que consigam mobilização dentro do sistema de recursos escassos. Esse quadro vai se repetir pelo país a fora.

Como terceira força, o antigo líder do PP, Dinis Pinheiro, defenestrado de sua posição depois da adesão de seu partido ao partido à candidatura do ex-emedebista Pacheco, ele entra em aliança com o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda, para compor uma nova chapa. Nesta fórmula, poderia um ou outro estar na cabeça. Dinis era pré-candidato pepista antes de perder o lugar na sua agremiação.

Além do mais, o PP perdeu o concurso de um de seus esteios, o ex-governador Alberto Pinto Coelho, que deixa as fileiras pepistas pelo mesmo motivo de Dinis. Implosão.

Na esquerda o atual governador consolida sua posição de candidato à reeleição e reforça-se com o apoio do MDB, autorizado por Lula, que perdoou alianças regionais com partidos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no âmbito nacional. O que não pode no País está liberado nos estados.

Tudo isto, entretanto, se projeta com a anunciada recusa do senador Antônio Anastasia de candidatar-se ao governo do Estado. Se ele aceitar a candidatura, complica em todos os lados. Entretanto, a participação do ex-governador Aécio Neves, candidato à reeleição ao Senado, também embola o meio de campo, pois, mesmo que o neto de Tancredo Neves seja um espanta votos para seus aliados, ele próprio é um candidato fortíssimo. Portanto, a aposta é que em Minas elegem-se, para o Senado, Aécio e Patrus. Mesmo com tanta chuva, os morros de Minas estão em incendiado com fogo de combustão espontânea. Não precisou nem fósforo para acender as labaredas.

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