O primeiro embate da eleição: Temer versus Alckmin

Alckmin e Temer. Foto Alan Santos/PR

Nestas últimas semanas, enquanto alguns se divertem com a data da prisão do ex-presidente Lula, tucanos e emedebistas estão em guerra. O governador Geraldo Alckmin busca dar consistência à sua candidatura, enquanto o presidente Michel Temer, que tem até cinco de agosto para se lançar candidato à reeleição, trabalha para esvaziar o tucano.

Alckmin considerava que o DEM estava na mão, mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com o aval do prefeito de Salvador, ACM Neto, se lançou candidato. O ministro Gilberto Kassab teria garantido que o PSD estava no papo. Mas aí o ministro Henrique Meirelles passou a desfilar como candidato pelo partido. E, agora o presidente do SEBRAE, Afif Domingos, também se apresentou. Isso ajuda a atrapalhar a costura de Alckmin.

Alguns fazem a leitura que esta proliferação de candidatos é ruim para os planos de Temer. Mas este, há uma semana, disse numa roda de líderes e dirigentes partidários, que quanto mais candidatos da base do governo melhor. No curto prazo, impede que Alckmin monte sua coligação. No longo prazo, cria condições para que o governo tenha um candidato da base se o próprio Temer não criar condições para concorrer.

O PPS também era visto como uma mosca, voando em volta do Alckmin, mas esta semana o senador Cristóvão Buarque começou a defender o apoio a Marina Silva (Rede), como o partido já fizera em 2014. As candidaturas do senador Álvaro Dias (Pode), do empresário Flávio Rocha e a decisão do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) de pular fora do barco, servem aos planos de Temer para detonar o tucano.

Especialistas em PSDB, na mídia, já estão registrando que o deputado Jair Bolsonaro (PSL) se apoderou dos votos de Alckmin no Sul, no Centro-Oeste e pegou para si um quarto do eleitorado de São Paulo. Álvaro Dias deve ficar com votos que eram do tucano no Paraná, estado pelo qual é senador.

O MDB e o PSDB, vencida esta etapa, na qual se consideram desde já vitoriosos, vão para cima de Jair Bolsonaro (PSL). No caso do petista que será o candidato do presidente Lula, o PSDB e o MDB não tem a menor preocupação. Apostam que Lula não conseguirá transferir votos para seu herdeiro, provavelmente o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad, a despeito do PT ser o preferido de 19% (pesquisa CNI/Ibope).

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