O incrível Huck

O apresentador Luciano Huck passeia pelo jardim do Palácio do Planalto durante gravação de seu programa. Brasília, 30/07/2001 - Foto Orlando Brito

Ricardo Miranda Filho*

A primeira pesquisa do Ibope é mais do mesmo: repete a possibilidade de um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro em 2018 como se isso, a essa altura do campeonato, tivesse alguma importância num país onde a realidade política derrete como sorvete ao sol. Se os institutos erram na véspera das eleições, imagina faltando um ano e nesse caos político-partidário.

De relevante pra mim foi a decisão do Ibope de colocar o apresentador global Luciano Huck entre os candidatos. Ele não aparece na pesquisa espontânea, mas quando o Ibope lista os candidatos e inclui Huck…bingo!, lá está o apresentador de quadros como “Quem Quer Ser Um Milionário?” pontuando entre os eleitores-telespectadores. E – segurem seus queixos! – o marido de Angélica é mais popular que Alckmin e Dória.

Conclusão: com Joaquim Barbosa na poeira da história e Moro a caminho dela, Huck, com seu show aos sábados cada vez mais parecendo um programa eleitoral, vai sendo colocado, nada discretamente, como uma alternativa a Lula, Bolsonaro, Marina e a nova e velha guarda tucana.

Eu não me lembro de Huck ter falado abertamente que seria candidato, mas, para tornar o fato politicamente irreversível, melhor do que notinhas plantadas nas boas colunas do ramo, é uma boa pesquisa eleitoral para ferver esse caldeirão.

 

* Ricardo Miranda Filho é colaborador de Os Divergentes, diretor da Agência Fato Relevante e sócio-fundador da Ricardo Miranda Produções Jornalísticas e da revista Tablado.

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