Como as corporações estão investindo em startups

Um dos principais instrumentos para a inovação aberta são os CVC (Corporate Venture Capital) ou investimentos corporativos em startups. Esses fundos corporativos têm objetivos estratégicos e buscam por novas tecnologias, novos produtos ou novos modelos de negócio.

Para entender como as empresas podem investir em startups, o relatórios da ACE Cortex dão boas dicas e podem servir de roteiro.

Um dos instrumentos para a inovação aberta são os CVC (Corporate Venture Capital ou investimentos corporativos em startups), fundos corporativos que elegem startups a serem investidas. Os CVC diferem dos fundos de VC (Venture Capital) que procuram obter retornos financeiros, normalmente extraordinários, onde se investe determinado valor para tentar conseguir um exit ou uma venda da empresa, alguns anos depois por valores muito mais altos.

Corporate venture capital a vez dos investimentos privados em startups – Foto Unsplash, Funtap/Reprodução

Os CVC, diferentemente, tendem a ter objetivos estratégicos. No curto prazo, investe-se em parceiros que promovem um alinhamento mais próximo e relacionamentos mais estreitos com a empresa. No longo prazo, o investimento é mais estratégico, procurando por novas tecnologias, novos produtos ou novos modelos de negócio que ajudem a perpetuar ou expandir a empresa. O acesso a uma base de clientes grande e estabelecida, juntamente com a credibilidade por meio da associação de marca, é muito valioso para uma startup. Isso cria um acordo mutuamente benéfico que permite que os CVCs façam melhor uso de seus pontos fortes no investimento.

O CVC é um dos instrumentos mais complexos da Inovação Aberta, tanto em aplicação, quanto em gestão. Há uma série de boas práticas que precisam ser levadas em consideração, como, por exemplo, a criação de uma tese de investimento que esteja alinhada com a estratégia geral da empresa, e o desenvolvimento de uma estrutura de governança para amplificar o diálogo e as trocas de experiências com as startups investidas.

Visão de futuro para a empresa

A ideia de três horizontes de inovação, que trabalham o modelo de negócios da corporação no curto, médio e longo prazo, desenvolve uma visão de futuro para a empresa e permite que gestores identifiquem quais são as ações práticas e projetos que mais se relacionam e atendem a essas expectativas. Com isso, é possível gerar uma mentalidade “ambidestra”, de defesa e expansão do atual core business, enquanto se trabalha novas perspectivas de mercados, produtos e serviços, com potencial de geração de receita.

A corporação deve ter uma grande clareza não só do funcionamento do seu atual modelo de negócios e da sua operação, como também de quais são as suas prioridades estratégicas e as perspectivas do mercado em que atuam. O entendimento sobre as atuais disrupções do setor de atuação e as necessidades dos consumidores é fundamental para o desenho da estratégia geral que guiará as ações da companhia.

Com essa visão ampla e estratégica, que abrange os objetivos da corporação para os próximos anos, os gestores conseguem identificar quais são as principais ações e iniciativas que podem levar a companhia para o cumprimento dessas metas estratégicas. A gestão e o monitoramento desses projetos são essenciais para identificar a aderência do mercado para as soluções e inovações que estão sendo desenvolvidas no decorrer dos anos.

Invesrimento Global

Em 2021, os investimentos globais de Corporate Venture Capital cresceram 142% sobre o ano anterior, atingindo a marca recorde de US$ 169 bilhões investidos. No Brasil, 61 investimentos e US$ 2.1 bi foram movimentados por CVC em 2021.

Atualmente, praticamente todas as grandes corporações estão envolvendo braços de Corporate Venture Capital. Ou seja, daqui há algum tempo, ter essa área e uma equipe alocada para realizar estes projetos dentro das corporações, será mandatório.

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