Uma avaliação da conjuntura eleitoral

1. A polarização das eleições se dá entre a antipolítica e a política tradicional.

2. Por isso, o desempenho nas pesquisas de Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede) e Joaquim Barbosa (PSB) indica que um deles deve estar no segundo turno.

3. A tendência principal é a de que o preso Lula da Silva (PT) carregue seu candidato (Fernando Haddad) ao segundo turno.

4. Para ir ao segundo turno, o PSDB, o MDB, o PDT e o DEM terão que derrotar, pelo menos, o petista. Mesmo unidos em torno de uma única candidatura esta possibilidade não parece provável.

5. Nenhum destes partidos perde nada em lançar candidato próprio à Presidência. No caso do presidente Michel Temer, ele precisa de uma tribuna, no mínimo, para defender seu mandato e para enfrentar os ataques do Ministério Público.

6. O MDB terá um grande tempo de propaganda eleitoral na TV. As pesquisas qualitativas indicam que o meio de informação de maior credibilidade é a TV. O horário eleitoral será uma grande tribuna também para o PT e o PSDB. Esta é a principal fragilidade de Bolsonaro e Marina e também pode ser a de Joaquim Barbosa.

7. As redes sociais terão um papel secundário devido à sua baixa credibilidade (fake news), a limitação de seu público e a visualização supérflua de suas mensagens.

8. As bancadas de deputados federais são eleitas, historicamente, em função das coligações feitas para os governos estaduais. Com um peso menor e pontual (é o caso do enfraquecimento do PT com o mensalão e, agora, com a Lava Jato) da política nacional.

9. Os partidos que ficarem de fora do segundo turno não são alijados do poder no próximo governo. A pulverização das bancadas partidárias na Câmara dos Deputados lhes darão poder de fogo.

10. Os candidatos que forem ao segundo turno vão buscar aliados para tentar demonstrar capacidade de governar e vencer. Quem ganhar as eleições não poderá administrar o país limitado aos aliados que fizer no segundo turno.

11. Uma parcela dos derrotados também será convidada a participar do poder. O vencedor terá de buscar novos aliados dispostos a trocar parcelas do poder por apoio político no Congresso.

12. Esta é a experiência do MDB nas eleições de 1994, quando seu candidato (Orestes Quércia) perdeu para Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Esta também foi a experiência do MDB nas eleições de 2002, quando seu candidato (José Serra, do PSDB) perdeu as eleições para Lula, do PT. O MDB participou do governo do PSDB e do PT. Sua participação no poder foi crescendo à medida que tucanos e petistas, ao longo de seus mandatos, se fragilizaram.

13. As principais perguntas que as eleições vão responder:

A – Quantos eleitores deixarão de votar devido à desilusão provocada pela Lava Jato?

B – Quantos eleitores Lula conseguirá transferir para o seu candidato à Presidência?

C – Quantos votos conseguirão os candidatos dos partidos que se apresentam como representantes do Centro (MDB, DEM e PSDB)?

D – O PSDB vai virar um partido paulista (como o Partido Republicano Paulista (PRP) de Adhemar de Barros)?

E – Quais partidos vão eleger mais de 50 deputados federais?

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