Os factóides de Bolsonaro para confundir e melar o jogo eleitoral

Ataques às confiáveis urnas eletrônicas e o blefe de privatizar a Petrobras tentam esconder o desgaste eleitoral com o aumento dos combustíveis e a inflação descontrolada

Jair Bolsonaro - Foto Carolina Antunes/PR

É impressionante como rasteiras baratas oriundas do Palácio do Planalto conseguem envenenar o horizonte político no Brasil. Em um país com tamanho histórico de fraudes eleitorais, é inacreditável como a cascata sobre a insegurança das urnas eletrônicas, uma rara ilha de segurança nesse universo de golpes digitais, seja motivo de bumbos oficiais. Uma vergonha indelével é por as digitais das Forças Armadas nessa malandragem.

Bolsonaro usa e abusa do poder do cargo para barrar atropelar investigações, como as rachadinhas, ou inventar supostos impasses institucionais. Por que ele faz um jogo aparentemente sem limites? É porque os limites legais foram ultrapassados por seu clã e agregados. O que o motiva é o medo de que ele ou seus filhos vão para a cadeia.

Ministro Edson Fachin – Foto Orlando Brito

As múltiplas pesquisas mostram que foi um tiro no pé. A voz que parecia forte perdeu a força. Depois dos blefes palacianos, o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, respaldado pelas cúpulas do Judiciário e do Legislativo, bateu o pau na mesa: é da Justiça Eleitoral, um “poder desarmado” a palavra final sobre as eleições. Uma obviedade que, nesse contexto, de repente ficou importante.

Carlos Bolsonaro

Mas Bolsonaro segue no jogo duplo em que aposta nas sacadas malucas do filho Carluxo, o 02, para agradar os chamados bolsonaristas de raiz, e o jogo com grana pesada do Centrão. É a velha regra, também comprada por quem a denunciou como o PT e os tucanos, entre outros, de que dinheiro rende votos. O bilionário Orçamento Secreto é a maior dessas apostas.

Mas nem isso e nem outras medidas no tal pacote de bondades tão conseguindo reverter o sufoco e a insatisfação dos brasileiros com a inflação e todas suas consequências. Nesse universo de notícias ruins, a que mais dói em Bolsonaro é o desgaste pelo aumento dos preços dos combustíveis, em especial do Diesel. Seus discursos críticos e mudanças na Petrobras simplesmente não colaram.

Novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida – Foto Anderson Riedel/PR

No desespero, apostou em novo factóide ao trocar o almirante Bento Albuquerque pelo economista Adolfo Sachsidsa no comando do Ministério das Minas e Energia. A estreia de Sachisda soou como uma piada. Com a pose de coronel de republiqueta, anunciou que seu primeiro ato no cargo seria “desestatizar” a Petrobras, uma balela. Além da suspeita de que assumiu para viabilizar um negócio bilionário com dutos de gás no Nordeste e Centro Oeste para atender parceiros do Centrão. Tudo indica que pode ser mais um escândalo a ser engolido pela impunidade geral que voltou a tomar conta do país.

Aumento dos combustíveis – Foto Reproduções

A cortina de fumaça nessas mudanças não conseguem encobrir a questão central. Os preços dos combustíveis continuam subindo no Brasil e mundo afora. Cada país busca uma solução. Até aqui, Bolsonaro só faz esbravejar, trocar seis por meia dúzia no comando da Petrobras, sem encarar a questão com a devida seriedade.

É um jogo de faz de conta. Não deve durar muito.

A conferir.

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