A crise do Brasil vista do exterior

Bolsonaro na Índia - Foto Alan Santos/Palácio Planalto

Após anos seguidos de prosperidade, riqueza e prestígio internacional, as elites decidiram vocalizar de uma forma mais obscura, mas cada vez mais definida, sua inconformidade com o terremoto executado pelo semianalfabeto torneiro mecânico nas estruturas sociais do Brasil.

Deixando de lado a erradicação da fome e da miséria no país, políticas voltadas ao impulsionamento da economia e um crescimento vertiginoso, sem dúvida de responsabilidade do governo petista, que ajudou alavancar o Brasil à sétima economia do mundo, há de se considerar, no momento atual, que o ódio contra o Lula é mais forte do que o compromisso com a modernização da sociedade brasileira.

Pode-se, certamente, discutir o acerto e a eficiência dos programas sociais executados pelo ex-presidente petista na área comunitária. Vai-se tornando cada fez mais claro e nítido para todos, porém, que as elites não engoliram, em nenhum momento, que a negra saísse da cozinha do Lago Sul para cursar Medicina na respeitada Universidade de Brasília (UnB).

Não há, diante do novo presidente, como negar que a imagem do Brasil mudou no exterior. O país passou a ser alvo de ataques nos principais jornais do mundo.

Jair Bolsonaro é o reflexo das elites do país. Por exemplo, no governo Lula, o Brasil era tratado como importante parceiro dos Estados Unidos. No atual cenário, o presidente, por vontade própria, decidiu que o país assumirá o papel de colônia do Tio Sam. Admita-se, também, que era muito difícil engolir, na administração do PT, que os americanos estavam desembarcando no Brasil em busca de melhores condições de vida.

Lula, foto Orlando Brito

Seria ingenuidade acreditar que a oposição deixaria Lula ficar na história como o melhor presidente do Brasil. Os feiticeiros de plantão criaram a Lava Jato. Num país em que a Justiça valesse para todos, a luta contra a corrupção seria em todos os níveis, e a Polícia Federal visitaria todos os endereços conhecidos. Até agora, todavia, as investigações têm sido voltadas para atender aos interesses das elites.

O cidadão brasileiro que paga impostos, mesmo que não seja politizado, não percebe que vem sendo bombardeado com notícias da corrupção e o PT. A ideia é que Lula e os seus companheiros criaram a contrafação no país. O eleitor não entende nitidamente quando e por que o direito de receber uma informação correta lhe é confiscado.

Assim como percebe, num ônibus lotado, que uma mão esperta entrou no bolso do seu paletó e vai, inevitavelmente, bater-lhe a carteira.

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