Semana de esforço concentrado no Congresso agita o cenário do poder

Interessante como o Congresso realmente é a instituição que eleva temperatura da política. E mesmo estando o país em pleno clima de eleições para todos os níveis, especialmente a que escolherá o próximo presidente da República, a Câmara e o Senado são o motor que dá impulso ao movimento da política.

Após o recesso no mês de agosto, em que os parlamentares viajaram para seus estados para dar gás em suas campanhas, o Poder Legislativo voltou nessa semana a se reunir para o chamado esforço concentrado. Trata-se do período de trabalho intenso de senadores e deputados para tratar de questões que precisam de solução formal.

Plenário do Senado em votação depois do recesso.

Na terça-feira, por exemplo, o Senado discutiu e aprovou rapidamente o aumento da pena para estupro coletivo e para importunação sexual. E mais, projetos que dormitavam na pauta. Por exemplo, um que cria política nacional para produção de cacau de qualidade. Outro para o atendimento no SUS sem necessidade de as pessoas fornecerem comprovante de residência, e a prorrogação de contratos temporários de várias prestadores de serviços com os ministérios.

Paulo Maluf

Na Câmara um dos temas em destaque é a cassação — ou não — do deputado Paulo Maluf, condenado pelo Supremo num processo que remonta a 1993, quando Dr. Paulo era ainda prefeito de São Paulo. Foi preso em dezembro passado e solto em março desse ano por decisão do ministro Dias Toffoli, que considerando critico seu estado de saúde sua avança idade, concedeu-lhe prisão domiciliar. Porém, o presidente da Casa, Rodrigo Maia e a Mesa da Câmara, transferiram a solução para a próxima semana do “recesso branco”.

Anastasia candidato em Minas e Simone Tebet em Mato Grosso do Suil

A maioria dos parlamentares tenta reeleição para uma cadeira nas duas casas do Legislativo. Mas há outros que concorrem aos governos estaduais. É o caso, por exemplo, da senadora Simone Tebet, candidata a governar Mato Grosso do Sul. E Antonio Anastasia, de Minas. Também de Ronaldo Caiado que pretende ser governador de Goiás. Mesmo caso do ex-jogador da Seleção Romário, do Podemos, concorrente ao lugar de Luis Fernando Pezão, no Rio. Ainda de Fernando Collor, de Alagoas.

Kátia Abreu, vice de Ciro. Armando Monteiro, candidato em Pernambuco

Vários parlamentares estão diretamente ligados também na corrida para o Palácio do Planalto. Como candidato a presidente ou a vice. Nesse período, porém, todos comparecem ao Senado. É o caso das senadores Kátia Abreu, de Tocantins, companheira de chapa de Ciro Gomes, do PDT, ao lugar de Michel Temer. Armando Monteiro Neto, em Pernambuco. E de Ana Amélia Lemos, vice de Geraldo Alckmin. Ela do PP de Ciro Nogueira, ele do PSDB. Também de Álvaro Dias, candidato a presidente pelo Podemos.

Na Câmara não é diferente. Jair Bolsonaro, do PSL, candidato a presidir a República, multiplica sua presença. Está no plenário, nos corredores, nas comissões, dá entrevistas e, sobretudo, atenção a quem o procura. É só reparar nessas fotos. O companheiro de chapa do general Mourão é solicitado para um selfie por onde transita.

Em frente ao Supremo, jejum por Lula. Foto Sivanildo Frenandes

O Congresso aberto enseja também que grupos de opinião e pressão não percam a chance de comparecer ao chamado cenário do poder. Em frente ao Supremo, na Praça dos Três Poderes, permanece a greve de fome de manifestantes que se revezam no esforço de pedir a soltura do ex-presidente Lula, preso em Curitiba por corrupção. No mesmo caminho, o movimento Sem-Terra faz caminhada no gramado ao Parlamento.

No gramado do Congresso, o protesto da Frente Nacional de Luta, os Sem Terra. Foto Sivanildo Fernandes
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