Os Divergentes ano I – O porquê do nome “Operação Lava-Jato”

Posto de gasolina em Brasília que originou o nome da Operação Lava-Jato. Foto Orlando Brito

Ao completarmos um ano no ar informando, mostrando e comentando os principais fatos do País, destacamos alguns posts desse período para relembrar personagens, momentos e acontecimentos marcantes do mês de abril último até hoje.

Você sabia? Esse posto de gasolina localizado no Eixo Monumental de Brasília, situado bem perto da Torre de Tevê, deu origem ao nome do conjunto de ações da Polícia Federal e do Ministério Público que levou à prisão vários figurões da República: a Operação Lava-Jato.

No ano de 2009, autoridades da Justiça deram início ao inquérito número 714/2009, após receberem denúncias de movimentação de ilícitos abrangendo mercado ilegal de câmbio, tráfico de drogas, extração de pedras preciosas em terras indígenas e superfaturamento de contratos da Petrobrás.

Investigações preliminares davam indícios de que o então deputado federal pelo Paraná, José Janene, estava à frente de tais atos e, por essa razão, era suspeito. À medida que o trabalho da polícia foi se aprofundando, constatou-se que um grupo de senhores se reunia no tal posto de abastecimento, onde funcionava um serviço de lavagem de automóveis, em frente ao Setor Hoteleiro Sul da capital.

Constatou-se então que além de Janene – envolvido no Escândalo do Mensalão, em 2005, e que viria morrer no em 2010 – também um doleiro fazia parte do grupo. Era Alberto Youssef. Como o grupo elegera para ponto de reunião o tal posto de gasolina onde funcionava um sistema de lavagem de carros, os federais batizaram a operação com o nome de Lava-Jato, uma associação ao crime de lavagem de dinheiro.

De 2009 até hoje a Operação Lava-Jato — que tem à frente o juiz federal Sérgio Moro, sediado em Curitiba — teve desdobramento gigantesco, com inúmeras ações do Polícia Federal autorizadas pelo Ministério Público.

O enorme e variado rol de crimes, incluindo propinas, superfaturamento de obras, facilitação de negócios, compra de projetos legislativos, contratos fajutos, corrupção, enfim, tiveram consequências práticas e objetivas: investigou, prendeu, processou e condenou uma enxurrada de empresários, funcionários, deputados, senadores, ex-ministros, empreiteiros…

Ninguém, porém, podia prever naquela época o desfecho da Operação Lava-Jato. Com o desenrolar das investigações, os delitos que aparentemente pareciam ser “somente” aqueles, vieram chegar ao ponto em que hoje estão, com dezenas, centenas de envolvidos do alto escalão de várias áreas da República. E milhões e milhões de dólares e reais como razão de tudo.

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