Há 129 anos, a queda do Império e a chegada da República

Ilha Fiscal, no Rio: a última festa do Império. Foto Orlando Brito

A propósito do dia 15 de novembro, aniversário da Proclamação da República: a Ilha Fiscal é conhecida tanto por ter sido cenário de uma festa simbólica para a história do Brasil quanto pela beleza da arquitetura de estilo neogótico francês. Há 129 anos, caia a monarquia parlamentarista do Império e se instalava no país o regime da República.

Dom Pedro II

O imperador Pedro II vinha reunindo, desde o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, descontentamentos e perda de apoio. A Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, em 13 de maio 1988, desagradou aos fazendeiros porque perdiam com o fim da escravatura. O desagravo à monarquia foi imediato. A Igreja Católica, por sua vez, também não estava inteiramente feliz com os decretos da Corte. Os cardeais julgavam que por ser praticamente a única religião professada no Brasil, o catolicismo deveria merecer maiores favores do Estado.

Marechal Deodoro da Fonseca

Mas o fator decisivo para a queda do império brasileiro partiu dos militares. As altas patentes do Exército ressentiam-se de maior participação no poder, após a vitoriosa campanha comandada pelo Duque de Caxias. Nas vésperas de 15 de novembro, surgiram boatos nas ruas do centro do Rio que o imperador Pedro II substituiria o primeiro-ministro, Visconde de Ouro Preto, por Silveira Martins, desafeto do Marechal Deodoro da Fonseca, oficial respeitado, querido e líder na força armada.

Dias antes aconteceu o lendário Baile da Ilha Fiscal, que reuniu mais de cinco mil convidados da Casa Imperial, recebidos com iguarias vindas da Europa. Começou com a homenagem à tripulação de um encouraçado da Marinha Chilena e terminou numa baita orgia dos lordes da corte. Foi considerada farra extravagante, um acinte aos pobres. Aumentou o descontentamento que fervilhava nos quartéis contra o regime vigente.

Seis dias após, caía o Império e proclamava-se a República. Foi-se Dom Pedro II, veio o marechal Deodoro da Fonseca. A família real embarcava para o exílio na França no Cais Pharoux, hoje Praça XV. Foi de lá, abordo de um ferryboat com destino a Niterói, que fiz essa foto no momento em que outra barca passava à sua frente e um jato se preparava para pousar no Aeroporto Santos Dumont.

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