CPI da Covid – A médica Nise Yamaguchi abre a sequência de depoimentos dessa semana

Médica Nise Yamaguchi, defensora do protocolo precoce para cura da Covid - Foto Orlando Brito

Para o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, senador Renan Calheiros, o depoimento da Dra. Nise Yamaguchi é importante não simplesmente para ouvir a opinião dela sobre a eficácia ou não do chamado tratamento precoce contra a Covid. Diz que esta questão a ciência já definiu como sem efeito positivo comprovado como, por exemplo, a prescrição do medicamento hidroxocloroquina.

Renan Calheiros e placa com número de óbitos pela Covid no Brasil – Foto Orlando Brito
Dra Nise na rampa interna do Palácio Planalto – Foto Orlando Brito
Bolsonaro em sua live na Internet, em outurbo do ano passado, quando fala da não compra de vacinas por seu governo

Renan Calheiros lembra que o foco da CPI está em chegar aos nomes daqueles que, ao invés de adotar as vacinas contra o Coronavírus, priorizaram o uso desse protocolo como solução para combatê-lo. Considera que a falha das autoridades do governo federal na aquisição de imunizantes contribuiu para o triste número de mortes causadas pela Covid até agora no Brasil, mais de 460 mil.

Segundo consta, Dra. Nise tinha assento nas reuniões no Palácio Planalto para opinar a Jair Bolsonaro na condução da pandemia, o denominado “gabinete paralelo”. Renan destaca as posições do senhor que preside o país em difundir sua aversão às medidas de lockdown e controle do horário de funcionamento de várias atividades comerciais, precauções adotadas pelos governadores e prefeitos para evitar o contágio pelo vírus. E também o não uso de máscaras.

O senador Calheiros espera que doravante as oitivas tenham maior objetividade tanto nas peguntas dos seus colegas senadores quanto nas respostas dos depoentes. Crê que, dessa maneira, a finalidade da CPI da Covid — apontar os responsáveis pela má condução para enfrentar a pandemia — será alcançada com maior clareza.

Ex-ministro e general Eduardo Pazuello depõe no Senado – Foto Orlando Brito

Continua nos propósitos dos integrantes da CPI a reconvocação do ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, o general Eduardo Pazuello e do atual, Marcelo Queiroga. A intenção é apurar contradições e dirimir novas dúvidas que surgiram após o depoimento de ambos. Em carta ao senador Omar Aziz, presidente da Comissão, 19 governadores pedem que a chamada dos executivos estaduais seja revista e anulada. Consideram ser uma violação ao pacto federativo e à separação e independência dos poderes.

Na agenda de depoimentos dessa semana estão previstas as presenças do professor de Infectologia da Universidade Federal do Paraná, Clóvis Arns da Cunha;  da Dra. Zeliete Zambom, Médica de Família e Comunidade, professora da Faculdade de Medicina São Leopoldo; do Dr. Francisco Eduardo Cardoso Alves, especialista em infectologia do Hospital Emílio Ribas; e do médico neurocirurgião, Dr. Porto de Melo.

Deixe seu comentário