A máscara negra de Zé Kéti

José Flores de Jesus, aliás, “Zé Kéti”, um dos sambistas mais celebrados do Brasil, não teve um fim de vida confortável.

Em sua vasta obra musical estão preciosidades como “Acender as Velas”, “Máscara Negra”, “Diz Que Fui Por Aí”, “A Voz do Morro” e “Opinião”, samba que deu nome ao memorável show do Teatro Opinião em 1964.

Autor de sucessos inesquecíveis viu diminuir as chances de trabalhar nas noites cariocas. Em 1991, decidiu mudar-se para São Paulo. Morava de favor no quartinho de um minúsculo apartamento da Rua Augusta, cedido por uma amiga que batalhava até a madrugada.

Durante o dia, estendia na cama o paletó xadrez para desamarrotá-lo enquanto lustrava os sapatos. Por volta da meia noite saía para os botequins da Boca do Lixo, onde cantava para os boêmios as músicas que compôs, em troca da sobrevivência.

De volta ao Rio, Zé Kéti foi morar com uma filha e recebeu a homenagem de Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Monarco e da Velha Guarda da Portela. Morreu de falência múltipla dos órgãos, em 1999. Portanto, completaria nesse 2021, 100 anos de idade.

Orlando Brito

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