A longa viagem de Evo para o México e a posse de Jeanine Añez em seu lugar

A senadora Jeanine Añez recebe a faixa de presidente da Bolívia

Após um voo de trajeto complicado e duração de 15 horas, Evo Morales desembarcou na Cidade do México, país que lhe ofereceu asilo político depois de sua renúncia à presidência da Bolívia. Enquanto isto em La Paz, a senadora Jeanine Añez auto-proclamava-se presidente e tomava posse.

Evo chega ao México

O ministro das Relações do México, Marcelo Ebrard, foi ao aeroporto receber Evo e seu vice Alvaro Liñera em nome do presidente Andrés Lopez Obrador. Ao desembarcar, o agora ex-presidente mandou um recado aos conterrâneos. Disse a Fernando Camacho — um dos líderes da oposição a Morales e tido como Bolsonaro boliviano: —Não use a Bíblia para matar compatrícios. A Constituição não pode ser usada queimar instituições.

O avião que transportou Evo Morales decolou da pista Chimoré, um vilarejo perto de Cochabamba, com destino a Lima, onde deveria ser reabastecido. Porém, o governo peruano fez restrições ao pouso. Teve de retornar a Chimoré e aguardar que novo plano e voo fosse aprovado. Com a intervenção do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, a aeronave então desceu em Assunção do Paraguai, com a permissão do presidente Mário Abdo. Em seguida, depois de receber autorização do governo de Jair Bolsonaro para que passasse pelo espaço brasileiro contornando a fronteira boliviana, seguiu seu destino até o México sem, porém, poder fazer escalas técnicas no Equador e no Peru.

Jeanine Añez na cadeira de presidente da Bolívia

Nessa terça-feira, Jeanine Añez, segunda vice-presidente do Senado, e da oposição a Evo Morales, recebia a faixa presidencial no Palácio Quemado, em La Paz. Ela tem 52 anos, nasceu na cidade de Trinidad, foi apresentadora de programa de televisão e foi eleita há nove anos pelo partido PPB-Plano Progresso Bolívia, que faz parte da aliança de direita contra o então governo de Morales. Ao assumir, disse que seu objetivo é usar todas as medidas necessárias para pacificar o país.

Da Cidade do México, Evo disparava: — Denuncio à comunidade internacional que o ato de auto-proclamação de uma senadora sem votos para a Presidência viola a Constituição Boliviana e se consuma o sangue de cidadãos por forças policiais e militares usadas para o golpe. Nas ruas, continuam conflitos entre manifestantes contrários e favoráveis a Morales.

Nas ruas, continuam os confrontos entre manifestantes e forças militares e policiais

 

 

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