Bolsonaro sobe com guerra de tuítes entre seguidores dele e de Lula

Deputado Jair Bolsonaro. Foto Orlando Brito

Por Maria Luiza Abbott e Marcelo Stoppa

Uma brincadeira com uma foto feita por um seguidor do ex-presidente Lula garantiu o primeiro lugar no ranking de relevância e visibilidade dos pré-candidatos a presidente ao deputado Jair Bolsonaro (PSL) no Twitter, na semana 18-25 de maio. A greve dos caminhoneiros, que começou no dia 21, foi o evento mais importante no Brasil no período, mas só ganhou expressão nas mensagens dos pré-candidatos e no ecossistema das eleições na rede a partir do fim do dia 24, segundo indica a análise semanal da AJA Solutions.

Por essa razão, a greve pouco influiu no ranking do período, mas as interações do dia 25 mostraram que o tema subiu em importância no debate e poderá definir a relevância dos pré-candidatos na próxima semana.

Já a brincadeira com a foto do candidato do PSL confirmou o ensinamento de um mestre da comunicação nas mídias sociais. “Até mesmo uma crítica, que pode ser pessoalmente ofensiva, pode ser muito valiosa para seus negócios”, já aconselhava o presidente americano, Donald Trump, em seu livro A Arte do Negócio, de 1987.

Foi exatamente isso o que aconteceu esta semana no Twitter: um post dizendo “feio” com uma foto de propaganda de Bolsonaro gerou uma guerra de comentários contra e em defesa do deputado. Isso garantiu a ele uma fatia de mais de um terço do total de relevância dos pré-candidatos no Twitter. Sem este tuíte, sua visibilidade teria encolhido em mais de 67%.

Em 2º lugar no ranking, Manuela D’Ávila, do PC do B, que estava em 4º na semana passada. Subiu discutindo políticas sociais e usando uma retórica feminista – tudo com uma dose de humor já característica e que vem lhe rendendo frutos.

Em 3º, o ex-presidente Lula, que continua com visibilidade alta no ecossistema das eleições, à frente de outros 11 pré-candidatos, mesmo estando fora de vista desde 7 de abril.

Em 4º, o presidente Michel Temer, que subiu no ranking devido a dois fatores. O primeiro foi a forte rejeição a uma hashtag impulsionada (promovida comercialmente) para comemorar “avanços” de seus dois anos de governo. Ele também foi o único que teve sua colocação influenciada pela greve dos caminhoneiros, de novo, com fortes críticas.

E em 5º, Guilherme Boulos (PSOL), que vem fazendo uma campanha de comunicação de alta eficiência, baseada especialmente em seu desempenho competente em entrevistas para a grande mídia, mesmo quando enfrentando perguntas difíceis.

Novamente se confirma o crescimento do interesse pela eleição no Twitter, com aumento de seguidores dos pré-candidatos, com exceção de Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB), que perderam seguidores pela terceira semana consecutiva, confirmando a rejeição.

Foram analisados mais de meio milhão de usuários e mais de 900 mil interações no Twitter. O mapa de relevância e visibilidade em versão interativa (disponível para assinantes), revela os erros, acertos e os caminhos para ganhar relevância.
Para o relatório parcial, clique aqui

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