Não, Luiz Marinho, o PT já acabou

Marinho em campanha com Haddad. Foto Ricardo Stuckert/PT

De acordo com a rádio Jovem Pan, o ex-prefeito Luiz Marinho afirmou que a “imprensa quer acabar com o PT”. Equívoco do hoje candidato ao governo de São Paulo. Não é possível acabar com o que já foi extinto.

Não a sigla, que continua arregimentando militantes País adentro. Muito menos o lulismo, que conta com milhões de seguidores. Mas o PT original, este escafedeu-se.

Desapareceu o partido que um dia representou a esperança de que era possível fazer política com ética. Extinguiu-se o partido que era supostamente formado por militantes por princípio, e não por políticos sem princípios.

Restou uma sigla com ideias ultrapassadas e onde a rigidez moral vale apenas para os adversários. Não fossem cegos pelo fundamentalismo nascido no século XIX e falecido no século XX, perceberiam que os apóstatas – aqueles que acreditaram no PT original – não rejeitaram a legenda pelo que ela representava, mas pelo que deixou de representar.

Desalento como legado

Foto Orlando Brito

Se estas ideias atormentassem apenas os pensadores mortos, estaríamos falando de platitudes. Ocorre que o fundamentalismo revolucionário permanece insepulto, provocando estragos. Onde é implantado quase sempre fenece a liberdade e cresce a desigualdade.

“Os apóstatas
– aqueles que acreditaram no PT original –
não rejeitaram a legenda pelo que ela representava,
mas pelo que deixou de representar.”

A crença fanática de que somente a sinistra representa os pobres encobre a visão do óbvio: é nos países desenvolvidos, com menos Estado e mais liberdades individuais onde as injustiças sociais são menores. Como leem seus manuais de esquerdistas como fanáticos interpretam a Bíblia ou o Alcorão, ignoram a realidade para viver na fantasia.

O PT que muitos sonharam tornar-se-ia um marco da Nova Política jaz como ícone da Velha Política. Deixou como legado à cidadania brasiliana o desalento generalizado.

O pecado principal do PT talvez não tenha sido sucumbir à avareza, mas liquidar a esperança na política como mediadora de interesses conflitantes sem o uso da força. O dinheiro roubado pode ser recuperado. Já a esperança na boa política deve consumir uma geração de brasileiros.

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