Enfim, Temer produz boas notícias para chamar de suas

Presidente Michel Temer. Foto Orlando Brito

Inflação controlada e em queda. Juros reduzidos e em queda. Finalmente, o governo do presidente Michel Temer produziu boas notícias de sua própria lavra – como diria o vetusto mandatário.

Na manhã desta quarta, 11, o IBGE anunciou que a inflação de 2016 ficou dentro da meta do BC (Banco Central). O IPCA, de 6,29%, surpreendeu.

Pudera. Entre as muitas heranças malditas do PT, Temer parece ter conseguido debelar uma das mais perversas, já que castiga com mais intensidade os mais pobres. Em 2015, o IPCA foi de 10,67%. O tombo, de 4,38 pontos percentuais, é expressivo.

Melhor ainda é a indicação de que em 2017 o IPCA continuará em queda. As previsões apontam para a inflação no centro da meta, de 4,5% em meados deste ano.

No começo da noite veio do BC a outra boa surpresa. O Copom (Comitê de Política Monetária) patrocinou um tombo de 0,75 ponto percentual. Os juros, ainda muito altos, caíram para 13%, um alento para o crédito e para o consumo.

Enquanto isto, as ações das gigantes Petrobras e da Vale do Rio Doce continuam se valorizando no Ibovespa. As commodities, essenciais para a economia brasileira, sobretudo em tempos de crise fiscal, prosseguem em viés de alta.

O lado bom das novidades é que Temer pode chamá-las de suas. Foi seu governo que as produziu, na contramão do ruinoso governo Dilma Rousseff.

Ao mesmo tempo, dizem respeito à vida real. Diferente da PEC do Teto que, além de polêmica, é uma abstração técnica distante do dia a dia cidadão. Inflação e juros baixos todo mundo entende.

Enquanto o emprego não vem

O lado ruim é que nada disso será suficiente para melhorar a imagem de seu governo – e sua baixa popularidade – enquanto continuar faltando emprego para os brasileiros. E, até aqui, não há indicadores de inversão imediata da curva ascendente do desemprego.

Claro, ainda tem Lava-Jato, rebeliões nos presídios, sucessão nas duas casas do Congresso Nacional, corporações, aliados encrencados, governadores falidos e TSE. Sem falar de Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

Além disso, Temer deve aproveitar as notícias alvissareiras para reforçar a necessidade de novas maldades. As reformas previdenciária e trabalhista, por mais necessárias que sejam, vão provocar muita revolta e protestos.

Melhor, então, para Temer correr ao Palácio da Alvorada e comemorar. Ele tem motivos para tanto.

Amanhã, não se sabe. Afinal, o Brasil continua no torvelinho da maior recessão econômica da história republicana.

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