Dez entre dez jornalistas que cobrem a Lava Jato já sabiam há meses que em algum momento o ex-ministro Antônio Palocci seria preso. Em off, seu nome foi mencionado centenas de vezes pelas fontes ligadas à investigação. Mas vai ficar difícil para o governo explicar a afirmação do ministro tucano da Justiça, Alexandre Moraes, que neste domingo disse a integrantes do Movimento Brasil Livre que “esta semana tem mais”. Só que o Estadão estava perto e ouviu.
O que mais tem é, antes de tudo, declarações no estilo Tabajara como a de Moraes. A seis dias da eleição municipal, e na sequência de uma série de tiros da força tarefa contra o PT – a denúncia de Lula e a quase prisão de Guido Mantega -, vai ficar difícil evitar a politização do assunto. Deram bons argumentos ao PT e seus aliados.
A prisão de Palocci, com tudo o mais que aconteceu nos últimos dias, é péssima para o PT. Espera-se um fracasso retumbante nas urnas.
Mas o Brasil não acaba no domingo que vem, e o desastre do PT não impedirá o desgaste, para a Lava Jato e para o governo, de ser acusado de usar politicamente a operação. Pode acabar forçando os investigadores a acelerar ações contra o outro lado, na tentativa de provar que, pau que bate em Chico, bate em Francisco. Bate?