Carnaval dos políticos à beira de um ataque de nervos

Romero Jucá

Os políticos mais importantes do país estão passando o Carnaval em diferentes praias, resorts de luxo ou no exterior, mas com o mesmo estado de espírito: à beira de um ataque de nervos. Aqui em Brasília, para onde retornarão na quarta-feira, até as emas do Alvorada estão dizendo que o sigilo das delações da Odebrecht será suspenso após os feriados. A expectativa é que o procurador Rodrigo Janot envie ao STF uma série de pedidos de abertura de inquérito para investigar os políticos citados a partir do fim da próxima semana ou da outra.

Esta será a versão 2 da Lista de Janot – aquela no início de 2015 – e não deverá conter denúncias prontas, mas sim cautelosas aberturas de inquérito. Ainda assim, será um estrago para os alvos, já que cada uma delas virá acompanhada do(s) depoimento(s) que lhe deu base.

Com isso, anda enorme o nervosismo em Brasília – o que, nas palavras do colega Gerson Camarotti, na GloboNews, está levando os políticos até a “somatizarem”, ficando doentes.

Mas o que fica claro é que, embora doentes de verdade, boa parte do que fazem tem seu cálculo político. O chefe licenciado da Casa Civil, Eliseu Padilha,  teve realmente um problema de próstata, mas a cirurgia chega num bom momento para ganhar tempo.  É uma licença que pode ser prorrogada.

Já o ex-ministro José Serra também sofre com a coluna, mas concluiu que será mais fácil enfrentar a tempestade no Senado, local menos visível do que a Esplanada dos Ministérios nessas horas, onde uma citação e provável investigação se juntará às de muitos outros colegas.

O Senado, aliás, tem que reforçar os estoques de Lexotan. O líder peemedebista Renan Calheiros, por exemplo, engorda a olhos vistos, provavelmente pela ansiedade que aumenta o apetite. O líder governista Romero Jucá perde a calma e a compostura que sempre o caracterizaram. Vem muita coisa por aí, e está chegando a hora.

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