Boletim médico salva Bolsonaro de confronto direto com Haddad

Não cabe à imprensa, nem aos adversários, questionar pareceres médicos. Só soou um pouco estranho a equipe que atende o candidato Jair Bolsonaro ter dito que, até dia 18, ele não pode fazer campanha. De 18 a 28 de outubro restarão apenas dez dias para que o candidato do PSL participe de sabatinas e debates que não controla.

É bastante conveniente, para Bolsonaro, manter a estratégia que o protegeu de debates mais desafiadores e sabatinas mais duras em boa parte do primeiro turno, depois do hediondo ataque que sofreu.

Com isso, não se expôs, não mostrou despreparo, não teve seu programa comparado ao de outros à vista de todo o público. Não encarou o confronto de ideias, olho no olho, quando a campanha esquentou.

Pelo jeito, é o que sua campanha quer continuar fazendo. Diversos debates já estavam marcados para esta primeira semana, inclusive o da Band, no dia 11. Seriam ocasiões para que o eleitorado comparasse Bolsonaro e Haddad, e suas ideias, frente a frente – uma forma de reverter votos e preferências neste segundo turno e inverter a balança que pesa hoje a favor do deputado, que continuará no controle de suas exposições na mídia tradicional e nas redes.

Há, porém, um risco na estratégia bolsonariana de não encarar Haddad de frente. Se tiver habilidade, seu adversário pode explorar essa ausência. Sem duvidar abertamente dos médicos de Bolsonaro, mas aproveitando as ocasiões para falar sozinho e colar no adversário a marca de fujão, que costuma prejudicar candidatos.

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