Plano de saúde na Espanha, dez vezes mais barato que no Brasil

Luiz Viajante é um brasileiro que ancorou a vida em Málaga, cidade mediterrânea ao sul da Espanha, após navegar por mares dos Estados Unidos, Itália e Portugal em busca de qualidade de vida e de segurança para a família, a esposa e uma filha adolescente.

Aposentado, ele se ocupa em postar vídeos sobre suas experiências nesses países e mostrar para nós brasileiros os diferenciais de serviços públicos que oferecem, especialmente em relação à segurança, à educação e à saúde.

Há quatro dias, Luiz Viajante, postou em seu canal do YouTube um vídeo para falar da sua experiência quando precisou fazer um checkup de saúde.

 

Luiz Viajante

Como todo estrangeiro que vive com o visto de residente não lucrativo na Espanha, ele não tem direito ao atendimento da saúde pública, e foi obrigado a aderir a um plano de saúde particular, completo, como exige a lei espanhola.

Esse plano cobre tudo, e nele o paciente não paga nenhuma taxa adicional a título de coparticipação para ser atendido, da consulta médica aos exames de laboratório e de imagem, até a Internação hospitalar se for necessária.

O plano do Luiz Viajante é o Plena-Plus, um top de linha como chamamos aqui no Brasil. Por esse plano, ele paga € 178 (cento e setenta e oito euros) por mês, o equivalente a R$ 785 (setecentos e oitenta e cinco reais) ao câmbio dessa sexta-feira (22), de R$ 4,411. Por esse valor, Luiz, um homem de 61 anos de idade, garante cobertura para ele, a esposa e a filha. Aqui no Brasil, o mesmo plano com a mesma cobertura fica na faixa de R$ 6 mil. Para um plano individual, o preço normal de um plano com essa cobertura é de € 60 (sessenta euros) – R$ 264,66 – para pessoas abaixo de 60 anos, e de € 80 (oitenta euros) – R$ 352,88 – para quem já passou dessa idade. Luiz pegou uma promoção, e paga para a família os € 178 por mês.

Nos últimos cinco meses, com alguns problemas de saúde, Luiz precisou usar o seu plano e saúde por diversas vezes. Uma dor no abdômen o levou a fazer uma checagem geral da saúde, o que incluiu diversos exames de imagem e até uma colonoscopia.
Sobreveio depois uma labirintite, que exigiu um exame de escaneamento do cérebro, para verificar preventivamente a possibilidade de alguma isquemia, e mais recentemente ele foi submetido a uma ressonância magnética. Esse exame foi realizado num domingo, num hospital quase vazio.

O prazo para a marcação de um exame desse tipo é de até cinco dias. Já a consulta com um especialista pode ser conseguida em apenas dois dias. “Foram tantos os exames, que tenho medo que depois não queiram renovar meu plano”, brinca.

No bairro em que Luiz mora há um posto de saúde público, onde médicos clínicos, ginecologistas, ortopedistas, pediatras, otorrinos e oftalmologistas fazem atendimento ambulatorial até às 22 horas, inclusive de pessoas que têm planos privados. Distante 8 quilômetros da casa dele, um hospital particular completa o atendimento, 24 horas por dia.
O plano de saúde do Luiz é caro porque ele é um imigrante com visto de “não lucrativo”, aquele que não vai exercer nenhuma atividade remunerada na Espanha, ou seja, vice da sua própria renda. No caso dele, é a renda de aposentado brasileiro.

Para quem exerce atividade econômica pode optar por pagar um plano de saúde, mais em conta do que o de Luiz – na faixa de € 100 (cem euros), para a família. Mas neste caso a pessoa tem direito ao atendimento pela rede de saúde pública. Mulheres e crianças estrangeiras, independentemente do tipo de visto, podem também ser atendidas na rede pública de saúde.

Agora em 2018, o salário mínimo na Espanha é de 735,90 euros. Quem ganha esse salário tem educação de excelente qualidade e assistência médica do estado de elevado padrão. Mas se preferir ser atendido em hospitais particulares, pode acrescentar às suas despesas um plano de saúde familiar de saúde de € 100, cerca de 13,5% do salário.

Aqui no Brasil, também agora em 2018, o salário mínimo, pago à mais metade dos trabalhadores, é de R$ 965,00. Resta saber a que plano de saúde familiar completo, como na Espanha, as pessoas podem aderir, pagando R$ 130,27 (cento e trinta reais e vinte e sete centavos), valor equivalente a 13,5% do salário recebido.

Luiz Viajante faz parte de uma leva de brasileiros que cada vez mais atravessam o Atlântico rumo principalmente a Portugal, mas também para Espanha e Itália fugindo da violência e em busca de melhor qualidade de vida.

Em Portugal a saúde pública é quase de graça: paga-se entre € 5 a € 20 euros cada vez que se recorre a uma consulta num posto de saúde ou a um atendimento de emergência no hospital.

Esses países acolhem com visto de residência aqueles estrangeiros que comprovem uma renda de seu país de origem de até três salários mínimos.
Em Portugal, a exigência e o salário mínimo são menores. Uma renda de € 580 (cerca de R$ 2.558,00), valor do salário mínimo local, já é suficiente para conseguir o visto de residência. A Espanha exige mais, a renda deve ser de dois salários mínimos espanhóis, € 1.470, quase R$ 6.500,00 por imigrante.

Mas o que não falta nesses países é brasileiro que entra com visto de turista e se vira para arranjar um emprego típico de imigrante – na construção civil, na cozinha de hotéis e restaurantes – até se legalizar e continuar vivendo por lá. Com segurança, educação de ponta e saúde de alto padrão quase de graça para toda a família.

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